domingo, 24 de fevereiro de 2008

Belém à siciliana

Os mafiosos costumam se definir como “homens de honra”. Entre suas leis está o compromisso de sangue de jamais delatar. Estão sob a proteção da Ormetà, derivada possivelmente da palavra italiana umiltà (humildade), mas que ganhou outra acepção quando passou a figurar no vocabulário do submundo da Cosa Nostra, Ndrangheta e da Camorra, alguns dos diversos nomes da máfia italiana.
Um escândalo público geralmente nasce de fissuras no muro protetor da cumplicidade. A busca, muitas vezes infrutífera, da delação premiada, tem estimulado que membros menores de organizações criminosas busquem colaborar com a Justiça em troca de benefícios processuais.
A matéria exclusiva do Diário do Pará de hoje, revelando o depoimento informal ao Ministério Público Federal do ex-secretário de Saúde de Belém, médico William Lola, que confirmou ter recebido ordem pessoal do prefeito Duciomar Costa (PTB) para realizar o desvio de veículos comprados com recursos da Saúde para a Guarda Municipal (GBel), dá boas pistas neste sentido.
Escândalo dentro do escândalo, a revelação deve complicar a já delicada situação do prefeito da capital, réu em dois processos que apuram a ocorrência de crime de responsabilidade e desvio criminoso de recursos públicos federais. Se condenado, pode cumprir pena de detenção de até três anos, perder o cargo e ficar afastado de qualquer função pública por um largo período, a ser definido por sentença judicial.
A máquina de propaganda municipal, porém, garante que o prefeito "está tranqüilo". Deve ser aquele tipo de tranqüilidade que costuma preceder às tragédias.

Um comentário:

Anônimo disse...

O Duciomar é o que se define como "serial fraudulent", em bom português: falsário.
Vai ser sempre. não há o que fazer, a não ser isolá-lo, tirando-o de circulação.
Os políticos brasileiros são useiros e vezeiros no uso de falsários para impedirem mudanças no "status quo" do patrimonialismo brasileiro: vide Jânio Quadros, Fernando Collor e esses Duciomar e Wladimir Costa (que bem poderiam ser da mesma família).
O importante é registrar que o Dudú é produto do Almir Gabriel, Simão Jatene, Vic-Valéria, Pioneiro, Gerson Perez, Nilson Pinto, Paulos Cal, Chaves e Elcídio e tantos outros gente boa...