sábado, 16 de fevereiro de 2008

Desumano, cruel e degradante

Chocantes as fotos do trabalhador marcado a ferro e fogo nas fazendas do escravocrata Gilberto Andrade, em Paragominas, publicada hoje na imprensa. São marcas de uma violência produzida por quem se imagina acima da lei.
No local onde foram encontrados pelo Grupo Móvel, os trabalhadores recebiam tratamento muitas vezes inferior ao que é destinado aos animais. Bebiam água contaminada e a comida não era digna nem de porcos.
Diante de fatos dessa natureza, soa como uma ofensa ouvir de parlamentares e empresários a desgastada cantilena de que "trabalho escravo não existe no Brasil", quando muito, "em casos isolados", existiriam trabalhadores em "condições degradantes". Lenga-lenga de quem tem rabo preso com agentes da barbárie moderna.
Em pleno século XXI, um tratamento cruel, desumano, degradante e, sem a menor dúvida, assemelhado à escravidão. Escravidão tão cruel e desumana quanto aquela que predominou no país - como direito líquido e certo dos proprietários - por quase 400 anos e cujas marcas dilaceram até hoje a sociedade brasileira.

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