segunda-feira, 24 de março de 2008

Crime dentro do crime

O caso dos quatro estudantes mexicanos mortos pelo bombardeio colombiano que dizimou o acampamento das Farc em território equatoriano pode bater na Corte Penal Internacional (CPI). Essa é a exigência apresentada por entidades defensoras dos direitos humanos ao presidente Felipe Calderón e a outras instituições do México.
Lucía Morett, a única mexicana sobrevivente, continua presa na Colômbia e sua libertação também faz parte de uma ampla campanha internacional que acaba de ser lançada. As entidades exigem que ela seja libertada incondicionalmente, sem qualquer processo, e possa testemunhar contra os executores e mandantes da chacina.

6 comentários:

Anônimo disse...

Ei! Os mexicanos eram guerrilheiros, fossem estudantes ou agricultores. Um dos fanchões da FARC comanda a partir do México.
Se é pra levar o caso a corte internacional, que levem toda a galera morta em combate no Equador, mais a invasão do território equatoriano pelo governo colombiano e, também, o fato das FARC na surdina utilizarem a segurança de país estrangeiro para conduzir suas ações militares na Colômbia.
Sem essa de manipulação emocional dos leitores do blogue, pois ninguém aqui é burro.

Aldenor Jr disse...

Anônimo das 11:44,

Os estudantes mexicanos não eram guerrilheiros. Estavam, segundo consta, fazendo uma pesquisa sobre a guerrilha colombiana.
De qualquer forma, foram vítimas de uma ação ilegal do governo colombiano, que violou a soberania do Equador.
Estes são os fatos. Aliás, incontestáveis.

Francisco Rocha Junior disse...

Caro poster,
Não querendo entrar no mérito do conceito da guerra preventiva, é fato também que as FARC sobrevivem do tráfico e de seqüestros. Então onde entra a crítica a este aspecto do assunto?
Parabéns pelo blog.

Anônimo disse...

O fato é que se o mundo já teve simpatia pelas Farc já as perdeu há muito tempo. Não há defesa nenhuma diante negociações através de tráfico de drogas, comércio de armamento pesado e outros crimes, sem falar do número de sequestros e execuções que os membros das Farc realizam quase todos os dias. Cai na real blogueiro. Defesa das Farc é a mesma que defender o paredão do Fidel. Não tem fundamento que resista. ainda quem se diz defensor dos direitos humanos.

Anônimo disse...

E aí, blogueiro, por que não respondes?

Aldenor Jr disse...

Caro Francisco Rocha,
É um prazer tê-lo entre os leitores e comentaristas do Página. Seja sempre bem-vindo.
De fato, não há como enquadrar o conceito de "guerra preventiva" nos limites do Direito Internacional. São, em verdade, ações típicas de terrorismo de Estado, que há décadas tem sido exercidas, por exemplo, por Israel, a pretexto de proteger suas (sempre imprecisas) fronteiras.
A doutrina de George W. Bush (e do Pentágono sob outros presidente, como Clinton para ficar em um mais recente), apenas deu nova roupagem - a "guerra contra o terror" - a uma política que já vem de longe, lá dos idos de 1800, quando a América Latina deveria ficar como "quintal dos fundos" dos próprios norte-americanos. O presidente Monroe não estava disposto a dividir o butim com as algo decadentes potências imperialistas da Europa, delimitando desde aquela época esta zona como área de influência exclusiva do Tio Sam.
Digo isso apenas para reafirmar minha convicção de que a agressão do Exército colombiano contra a soberania do Equador foi um precedente gravíssimo e como tal precisa ser tratado.
Vale um bom debate a questão da influência - crescente e transversal - que o tráfico de drogas exerce na Colômbia. Da mesma forma não me parece correto separar este fenômeno como algo específico das guerrilhas, sejam as das Farc ou do ELN. O presidente Uribe, por exemplo, pode e deve ser tratado como um claro exemplo de político gerado por esse caldo de cultura. Suas ligações com os narcotraficantes e com seus esquadrões da morte - os chamados Paramilitares - são mais que notórias e seguidas vezes foram registradas pela imprensa internacional e por fontes independentes.
Há, outros temas, que precisam vir à tona. O Plano Colômbia e suas nefastas consequências, ao longo da última década, deve ser considerado sempre que se fala do endurecimento dos métodos - nem sempre defensáveis - da guerrilha, cuja raiz social e trajetória histórica não podem ser eludidas.
Volte sempre. Vamos continuar debatendo.