quinta-feira, 13 de março de 2008

Rindo à toa

Crescimento econômico, PIB vitaminado, consumo e investimento em alta, exportações alavancadas pelo boom das commodities, verdadeiras ante-salas do paraíso? Esse clima geral de euforia só não consegue encobrir as erupções do Brasil profundo que teima em forçar sua entrada, recheada de pavor e violência, no entorno dos assépticos templos do laissez-faire.
Mas, sem dúvida, 2007 foi muito bom, mas muito bom mesmo, para um grupo bastante seleto, que deve estar rindo à toa: os banqueiros, é claro.
Estudo do doutor em economia, Adriano Benayon, autor de "Globalização versus Desenvolvimento" (Editora Escrituras), revela que os lucros de 31 bancos em atividade no Brasil alcançaram, no ano passado, a cifra de R$ 34,4 bilhões, registrando um crescimento real - já descontada a inflação - de 43,3% em relação a 2006. Levando-se em conta a série histórica desde o governo FHC até hoje, o lucro dos banqueiros cresceu incríveis 468%, multiplicando-se quase por seis.
Essa montanha de dinheiro não caiu do céu. É resultado direto da combinação de dois fatores perversos: as extorsivas taxas de juros aliadas à expansão do crédito e as absurdas tarifas de serviços cobradas pelas instituições financeiras.
É isso que dá "terceirizar" o Banco Central para a gestão de um profissional do ramo, (ex?) executivo do Bank Boston. De fato, o banqueiro Henrique Meireles, felpuda raposa cuidando do galinheiro, merece mesmo é uma estátua em plena avenida Paulista.

Um comentário:

Anônimo disse...

A riqueza continua concentrada em mãos de pouquíssimos, enquanto isso, favelas e bolsões de miséria se espalham pela Nação, o crime organizado se instala com facilidade em toda parte, a rede pública de ensino continua falida, a saúde pública é um caos, camelôs se espalham pelas cidades desesperados para sobreviver. Meus Deus onde vamos parar?