segunda-feira, 17 de março de 2008

Sem limites

Não dá mais para esconder o caos do sistema de saúde de Belém. Está em todos os jornais e telejornais, alcançando novamente repercussão nacional. Os dois incêndios em menos de 24 horas no Hospital do Pronto Socorro do Umarizal, o mais antigo da cidade, mostraram que não há limites para uma situação que só faz piorar. Numa reação em cadeia, as demais unidades de urgência e emergência - o Hospital Metropolitano e o Pronto Socorro do Guamá - normalmente superlotados, tornaram-se neste final de semana verdadeiros hospitais de campanha, com pacientes amontoados em macas nos corredores, congestionamento de ambulâncias repletas de pacientes que não conseguiam atendimento, dor e desespero sem-fim.
Pelo menos uma morte foi registrada por falta de atendimento. Foi o agricultor Antônio Ferreira Chaves, de 37 anos, no PSM do Guamá, onde a reportagem de o Liberal de hoje registra a falta de remédios e material básico para sutura, cena corriqueira neste hospital e em todas as demais unidades do município.
O Corpo de Bombeiros anuncia que realizará uma perícia para descobrir as causas dos incêndios. As causas diretas e imediatas, porque as raízes mais profundas dessa situação insustentável e vergonhosa estão muito bem plantadas no principal gabinete do Palácio Antônio Lemos. É de lá que, nos últimos três anos, são tomadas as decisões que redundam agora num quadro de absoluto e criminoso descontrole.

5 comentários:

Anônimo disse...

Concordo em gênero, número e grau com o seu post sobre a situação da saúde em Belém: está insustentável. E só tem piorado.
Mas é preciso ser dito, também, que antes desse governo, que comete tantos desmandos sobre a nossa cidade, a situação também era muito ruim. Quem não lembra dos pésimos serviços do PSM, da falta de médicos e de medicamentos, e de um atendimento digno para as pessoas lá e em várias unidades de saúde de Belém? E não me venha dizer que o Pronto Socorro do Guamá foi um grande avanço e que a saúde funcionava muito bem, porque você sabe que não é verdade.
A verdade é que, desde àquele tempo, o problema já vinha do principal gabinete do palácio Antonio Lemos, como você mesmo tão bem colocou.

Pedro Paulo

Aldenor Jr disse...

Caro "Pedro Paulo"(ou qualquer que seja seu verdadeiro nome),

Tenho boa memória, inclusive para afirmar os avanços na área de saúde da capital entre 97 e 2004. Aliás, constatação que qualquer pessoa honesta, independente da opção partidária, vai com certeza confirmar.
Não considero, portanto, cabível a comparação com o caos da saúde pública criminosamente planejado pela gestão atual.
Sobre o PSM do Guamá não considero um fato menor construir um segundo Pronto Socorro depois de quase 50 anos. Foi uma importante obra, reconhecida por todos, até ser completamente sucateda.
Converse com as pessoas da área e recolherá muitos depoimentos a este respeito.

Anônimo disse...

A saúde pública no País interiro é um caos, mas em Belém já tomou proporções alarmantes. Mesmo que o PP não queira reconhecer construir um novo PSM é um grande avanço. Mesmo que grande parte das mazelas não tenha sido apaziguada. Mas, se for feito um comparativo desde o início do gov. Duciomar tudo foi se deteriorando na rede de saúde pública de Belém. Começando com o programa Família Saudável, que assim que assumiu o Dudu acabou. Sucateou os postos tradicionais, não construiu nada na rede e ainda colocou seu sobrinho, do mesmo quilate dele, para administrar o PSM da 14 de Abril.
E para demonstrar ainda mais este descalabro desviou na maior cara-de-pau o dinheiro da saúde pública, repassado pelo gov. federal para comprar carros para a Guarda Municipal, conforme processo por improbidade administrativa que responde na Justiça Federal.
Belém precisa reagir urgente.
Fora Duciomar.

Unknown disse...

No Canadá comemora-se quando um hospital é fechado. Em uma visita ao país, é possível constatar que existe comemoração quando existe o encerramento de um hospital: isso acontece porque torna-se rarefeita a necessidade de atendimentos na respectiva cidade, fecha-se um hospital e transfere-se os casos ali atendidos para outros próximos, que comportam muito bem, já que estavam até passando por certo desuso.

No Brasil, é o contrário: comemoramos quando um hospital é inaugurado. Diferença de concepção? Não. Diferença no nível de necessidade. No Canadá fecham hospital porque a população vai atingindo uma qualidade de vida cada vez maior, onde casos de acidentes e doenças vão tornando-se menos frequentes, absoluta e relativamente.

Lá, basta agir em uma frente: na prevenção dos casos onde um hospital será necessário, pois a rede hospitalar já está garantida. Aqui não, temos de agir em duas frentes: para evitar e para ampliar a rede de hospitais.

Jota-érri, tu concordas que temos de agir 50%/50% em cada uma dessas 2 frentes que falei por último?

Anônimo disse...

Alôoo, Alôoo!!! Câmbio, câmbio... aqui, Terra, falando! O modelo canadense já foi uma promessa de paraíso, esculhambada no momento em que as políticas neoliberais aportaram por lá. Vide, para exemplo, os famosos filmes O Declínio do Império Americano e Invasões Bárbaras.