terça-feira, 10 de junho de 2008

Os senhores da guerra

Enquanto vocifera contra a suposta corrida armamentista do venezuelano Hugo Chávez - o que vem sendo sistematicamente negado por especialistas -, o governo norte-americano esconde o óbvio: ele sim é responsável pela retomada, em gigantesca escala, dos gastos militares, já que respondem por 45% dos gastos militares mundiais. Dados do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo revelam que as despesas com armamentos nos Estados Unidos, de 2001 para cá, cresceram mais de 59%, sendo o maior orçamento militar desde a Segunda Guerra Mundial, na esteira das guerras de agressão no Iraque e Afeganistão.
Em 2007, o gasto militar mundial alcançou US$ 1,339 trilhão, o que equivale a US$ 202 por habitante, no exato momento em que mais de 800 milhões de seres humanos sofrem com a fome crônica e todas as cruéis manifestações das doenças da miséria em expansão.
Um detalhe ainda mais assustador: em meio ao cenário de ameaça sem precedentes do aumento da fome no mundo, a ajuda alimentar dos países ricos é a menor dos últimos 50 anos. Não se trata de falta de dinheiro, mas de um cálculo frio que privilegia o investimento nas engrenagens mórbidas de destruição em massa.

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