segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Caminhos Opostos

Não convidem para o mesmo chá com torradas o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o juiz espanhol Baltazar Garzón, que visita o Brasil nesta semana a convite da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH).
Garzón lidera o grupo de juízes espanhóis e italianos que, nos últimos anos, conseguiu colocar no banco dos reús dezenas de militares latino-americanos envolvidos na tortura e morte de dezenas de cidadãos europeus durante os anos de chumbo na América Latina.

Um comentário:

David Carneiro disse...

É engraçado, os militares envolvidos em crimes falam em revanchismo. Revanchismo seria fazer com eles o que fizeram com os presos políticos. O que se quer é justamente que eles tenham direito ao que negaram a milhares de pessoas: a um processo legal, com direito à integridade física, dentro dos limites da lei.
E ainda têm a cara de pau de falar em desestabilização da democracia. Só estariam interessados em uma desestabilização aqueles que já o fizeram no passado, para instalar o regime mais sangrento da nossa história. E esses certamente seriam rechaçados pela nossa população. No entanto, esse tipo de argumentos reforçam a nossa necessidade de disputar noções como "ordem" e "estabilidade" no espaço democrático, para que a democracia no Brasil não seja mais um mal-entendido, como sugeria Sérgio Buarque de Holanda.