A tentativa de tornar a usina de Belo Monte um fato consumado segue em marcha batida.
A velocidade com seus defensores atuam é apenas proporcional ao interesse de continuar escondendo seus prováveis e desastrosos efeitos.
Fazendo ouvido de mercador às críticas que continuam a surgir no meio acadêmico, o governo Lula maneja os cordéis dos supostos empreendedores privados, postos e dispostos de acordo com um complexo jogo de interesses mediado por bilhões e bilhões sangrados dos cofres públicos.
Nesta semana, mais um poderoso pedardo foi disparado contra a cidadela que reúne, a um só tempo, o alto escalão federal e um conglomerado de estatais, fundos de pensão e empresas sem maior tradição no restrito clube de grandes construtores de barragens. Pesquisadores renomados, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e pelo Fundo Estratégico de Conservação (CSF), atestaram por meio de criterioso estudo de cenários, que Belo Monte possui apenas 28 por cento de probabilidade de gerar retorno financeiro em 50 anos. Da maneira como está projetada, ao contrário, a usina será fonte de prejuízos para seus investidores, com o possível rombo podendo variar entre 3 e 8 bilhões de dólares.
Além disso, os técnicos comprovaram que a capacidade de geração da hidrelétrica não ultrapassará - e isso na melhor hipótese - 39% de sua capacidade instalada.
Se vai dar prejuízo, por que insistir no projeto?
Simples: Belo Monte não se viabilizará sozinha.
Após construída, o governo mandará às favas os solenes compromissos de erguer apenas uma barragem na Volta Grande do Xingu. Na casa do sem jeito, será impossível deter a pressão por construir outras grandes barragens, todas de altíssimo impacto socioambiental, retornando ao cenário elaborado pela Eletrobrás há mais de duas décadas.
Para ler a íntegra do relatório "Incertezas no desenvolvimento hidrelétrico da Amazônia: Cenários de risco e questões ambientais em torno da barragem de Belo Monte" (em inglês), clique aqui.
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