Brasil, século XXI, afogado em novo ciclo neocolonial.
A metrópole, desta feita, está do outro lado do mundo, entre montanhas geladas e estepes sem fim.
Mas, olhando de outro ângulo, pode estar onde sempre esteve, nos mesmos salões acarpetados pelos quais passeiam os plutocratas do capitalismo globalizado.
O fato - incontestável, por sinal - é que os últimos anos registram sinais preocupantes de uma regressão de amplas e gravíssimas consequências para o futuro de nosso país como um Estado soberano.
Em apenas uma década o peso das matérias-primas em nossa pauta de exportações saltou de 22,8% para 43,4%. Na outra ponta da corda que só estica está a forte demanda por commodities minerais da gulosa economia chinesa.
E que o Pará tem a ver com isso?
Tudo, é claro.
O minério de ferro que a Vale extrai em ritmo cada vez mais alucinante das entranhas do território paraense está no ápice desta lista que consagra a geração de riqueza e empregos no além-mar, deixando por aqui os buracos gigantescos da miséria humana e da devastação socioambiental.
Este é o modelo insano baseado na exploração acelerada das riquezas naturais a fim de gerar superávits na balança comercial, criando o colchão de segurança que permite que a roda da fortuna - para poucos - não pare de girar.
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