segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Silêncio forçado

Há momentos em que as palavras secam, como os rios nas mais bravas estiagens.
Nos últimos dias o editor deste espaço esteve diante de uma dessas situações-limite: a inevitabilidade da perda de uma pessoa amiga, o historiador, dirigente político e colega de trabalho Manoel Amaral, companheiro de longos anos de caminhada, que faleceu aos 34 anos, no último sábado, 8.
O que resta fazer quando se esgotam todos os recursos para preservar a vida humana - essa dádiva tão preciosa e delicadamente tão tênue?
Absorver, tanto quanto possível, o rude golpe que nos fere o coração, para, no instante seguinte, recobrar forças e celebrar a presença imorredoura dos valores do humanismo mais radical e libertário que caracterizaram a curta e extremamente fértil passagem deste autêntico filho do povo entre nós. E mais ainda: continuar palmilhando, em sua homenagem, com redobrada coragem e disposição, os difíceis e imprescindíveis senderos da luta de resistência e de anúncio profético da sociedade de homens e mulheres livremente associados.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Aldenor,

Bela e merecida homenagem ao camarada Manoelzinho. Um forte abraço e muita solidariedade comunista.

Jorge Panzera

Cássio de Andrade disse...

Aldenor, entrei em teu blog para enviar a todos (as) os (as) filiados (as) e militantes do PSOL (companheiros (as) identitários (as) na ética e nos princípios do socialismo democrático e libertário), familiares e amigos (as) do Manuelzinho, minhas extremas solidariedades pela perda de tão voloroso lutador. Tive a oportunidade de comungar com o Manuel - e com vocês - a mesma caminhada na formação da APS de 2004 até 2005 e com ele partilhar nossas reflexões e angústias quanto ao destino da esquerda brasileira. Foi ele que, na histórica reunião da APS na sede da APPD que acompanhou a decisão nacional de sair do PT, que carinhosamente manteve o generoso abraço aberto da reflexão quando decidi me manter fiel ao PT. Tivemos nesses 04 anos, poucos contatos, porém respeitosos e civilizados. Creio até que nos tornamos mais próximos em nossa distância, do que quando partihávamos juntos a mesma caminhada. Recordo dos bons tempos do "batigol" no Guamá, com sua eterna "enjoadez" de boleiro e sua voz fina e "redonda". Vai fazer falta nas lutas vindouras, mas sempre será lembrado por seu amor à Cuba, à ortodoxia marxista, à vida, ao PSOL e ao PSC (seu maior defeito). Esse era, é e sempre será o Manuel. Tempos difíceis, esses, quando bons valores se esgotam e cedem espaço ao oportunismo, ao ceticismo e ao pragmatismo asséptico. Tempos difíceis, esses... Felizes os que viveram intensamente e que crêem, mesmo sem ver... Tristes, os que brincam de deuses! Valeu, Manuel! "É verdade o veneno, as dores; a tristeza também, a maldade; a alegria, o riso, os amores; a esperança, a morte e a saudade" (RF).

Stefani Henrique disse...

COMENTÁRIO QUE DEIXEI NO ORKUT DO MANOEL.
Camarada Manoel, tua ausência será enormemente sentida por todos nós, que vivemos na política, que são teus camaradas e os teus familiares.
Desde quando estavas doente eu fiquei lembrando-me de várias coisas que aconteceram conosco. Mas resolvi te lembrar das mais importantes:
Te lembras como eram poucos os que acreditavam na campanha do Ed/96?
Além da direção fs, só o povo.
E nas caminhadas, iamos eu acompanhando o Ed e tu no carro som do JBA que quebrava todo dia, e ai criastes o "olho no olho, tete a tete" que virou marca. Boa dupla formamos.

Fiquei lembrando de tantas passeatas, greves, ocupações fizemos juntos. claro não podemos esquecer o serginho velho de guerra, arrepiamos não foi, a Pm nunca ganhou da gente, ficamos durante muito tempo marcados, mas como cabanos não recuamos. Com certeza um pedaço da historia do sintepp, esta reservado para as nossas diabruras.

Camarada, me lembro do dia 11 de setembro de 2001, neste dia estavamos na sede da FS ali perto de são braz, reunindo para discutir o ped, e tu entrastes na sala todo feliz gritando "porra estão atacando os eua, já derrubaram o pentagono, a estatua da liberdade e a casa branca” e nos saímos da incredibilidade para a festa. Claro ainda não sabíamos direito o que tinha acontecido, mais sabíamos que era contra os EUA e ai nosso espírito cubano, internacionalista e anti-americano falou mais alto.
Pois é, eras assim!

Camarada, mesmo quando o destino nos colocou em caminhos diferentes (mas nunca opostos) na política, sempre nos tratamos bem, eu encarnando na tua careca e no teu time fuleiro e tu, claro, na minha barriga e no meu leão, sempre mantínhamos uma boa relação, pois sabíamos que devidos as voltas que o mundo, e o mundo da política principalmente dá, nós estaríamos juntos em alguma batalha.
Porra Manoel, agora, sinto-me como um soldado que acaba de perder seu parceiro de trincheiras.
Eu ainda fico aqui. Mas tu com certeza estas em outra missão, camarada, aproveita e da um abraço no Genildo, outra perda irreparável.

Valeu camarada! Mais um cabano que se foi, mais teu exemplo de determinação e luta ficam para a historia, principalmente agora que ta cada vez mais difícil encontrarmos verdadeiros militantes socialistas e revolucionários.
Abraços, é o que eu queria falar para vc, mas infelizmente não pude!