segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Chamas do extermínio

As forças armadas do latifúndio, acantonadas no Mato Grosso do Sul, agem sem medo de nada, nem de ninguém. Em 72 horas realizaram dois atentados contra dois acampamentos de Guarani-Kaiowá. Os agressores atearam fogo nos barracos e feriram a bala pelo menos um índio.
O terror não é gratuito: pretende demonstrar que, se depender dos grandes proprietários de terra, os indígenas não terão suas ocupações pacíficas toleradas e pagarão - na verdade, continuarão a pagar - com o proprio sangue a ousadia de tentar recuperar seu Tekoha, o chão de seus ancestrais.
Tão criminosa quanto a mão que ateia o fogo é aquela que cruza os braços, cúmplice da matança, pois é naquele estado que pontifica com mais eloquência a espúria aliança entre o governo Lula e o agronegócio, pedra de toque de um modelo que reproduz em pleno século XXI as barbaries dos tempos em que a cruz e a espada fizeram a enorme ferida que na América sangra até hoje.

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