Há quem acredite em lobisomem e em mula sem cabeça.
Há, também, os que se apegam a uma longa lista de crendices e superstições.
E, é verdade, são muitos os que têm certeza absoluta que a usina de Belo Monte será - se não for detida pela resistência indígena e popular - uma obra tocada pela chamada iniciativa privada.
Afinal, houve um leilão e sagrou-se vencedor um consórcio de empreiteiros e investidores privados em aliança com fundos de pensão e estatais do setor elétrico.
Mas é justamente aí que a porca torce o rabo.
O governo, direta ou indiretamente, não age como sócio menor do empreendimento.
Muito ao contrário, são os agentes públicos que dão todas as cartas, manipulando a partir de critérios pouco transparentes a modelagem desse negócio de R$ 30 bilhões.
Um detalhe para apimentar o assunto: a escolha de fornecedores, a entrada e saída de sócios, a incorporação dessa ou daquela empreiteira estaria sob o comando de altos dirigentes do governo federal, que agem escondidos trás do biombo de um pretenso consórcio privado.
Cabe, nessa altura do campeonato, lançar uma campanha em busca da desaparecida - e há muito desmoralizada - lei de licitações.
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