A sentença condenatória do ex-deputado Luiz Sefer (ex-DEM, atualmente filiado ao PP) - 21 anos por estupro de uma criança de 9 anos - vai ficar como exemplo.
Seu significado e repercussão não dependem do tempo - maior ou menor - que os céleres e bem articulados advogados do criminoso condenado gastarão para reverter, em caráter precário, a ordem de prisão que pesa sobre o médico e empresário.
A experiência mostra - à exaustão, diga-se - que posição social e dinheiro - não necessariamente nessa ordem - costumam operar milagres em casos semelhantes.
Não importa. O recado está definitivamente dado.
A lei deve valer para todos. Deve ser proporcional ao agravo praticado e, que ninguém esqueça, no caso específico, esteve permeado da mais cristalina monstruosidade.
As próximas horas vão confirmar se a corajosa decisão da juíza Maria das Graças Alfaia Fonseca significará o início de um novo tempo ou, abatida em pleno voo, restará apenas como um espasmo de retidão e dignidade num mar putrefato de pequenas e grandes covardias.
2 comentários:
Se esse sujeito fosse pobre, ele seria considerado pela sociedade um tarado pervertido, seria exposto como tal e ainda jogado impiedosamente na cova dos leões. Nas calorentas celas de um presídio qualquer no Pará. Mas ao contrário, esse tarado "pedófilo" criminoso é muito rico e continua tomando sua cervejinha nas praia de Copacabana no RJ. Ele confia nos seus esquemas e apoios escusos. Não se espantem se alguma medida jurídica o livrar da cadeia. Isso é Pará. Isso é Brasil.
Por enquanto safou-se da sede que a moçada de Americano tem nele, mediante habeas corpus concedido em tempo recorde pelo TJE.
Pois é... E quanto aos dois enfermeiros bundas-sujas da Santa Casa, condenados por também abusarem sexualmente de uma menor de 11 anos, no dito hospital, receberam igual tratamento e podem recorrer em liberdade? Ou o pedido deles dorme esquecido em alguma gaveta doutora do tipo extremista que vê na esquerda um atentado a ordem democrática da direita?
E depois chegam com essa... de pagar R$120 mil reais à pequena submetida a toda sorte de humilhações e violências sexuais que fariam corar o mais imoral autor de um tratado sado-masoquista.
Ora, nunca tanto valeu tão pouco, se a meretíssima não prestou a devida atenção sobre o que arbitrava como reparo pecuniário...
Além do tempo no xilindró e de pensão até os 21 anos, justo seria o apenado pagar sem desconto naquela e por toda a vida o tratamento psicológico para a vítima (as sequelas são irreversíveis e permanentes), além de custear-lhe as despesas de estudos para superar a miséria material em que vive: porque assim, ainda que sem garantias reais de haver reparo ao crime hediondo, mas com certeza mais próximo de uma solução moral e jurídica que o caso requer, ficaria o exemplo de que é a miséria material e a garantia de impunidade dos ricos que expõem pessoas indefesas à imoralidade da violência em suas variadas formas.
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