quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Um massacre que não termina

As vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás - chaga aberta desde 17 de abril de 1996 - vivem um pesadelo que parece não ter fim. São 61 - quatro das quais em estado grave - e convivem com seqüelas físicas e psicológicas ao longo de mais de uma década. Pior que as feridas físicas - alguns ainda têm balas no corpo - é o tratamento indigno que recebem. É essa a realidade que foi denunciada anos a fio durante os governos tucanos - algozes e mandantes da tragédia que ceifou 19 vidas - e que se pretendia alterar radicalmente com a posse do novo governo. Porém, quase nada mudou. Pelo menos é o que transparece da matéria de hoje em O Liberal, que relata os percalços enfrentados por uma comissão representativa das vítimas que veio a Belém reclamar o atendimento médico que não está sendo assegurado pelo Estado, mesmo existindo uma decisão judicial determinando que a assistência integral seja oferecida.
Em meio à desconfiança expressa pelos trabalhadores rurais - cansados de promessas não-atendidas - o governo decidiu formar uma "nova comissão para o atendimento das vítimas", sem se comprometer com prazos, o que não deixa de ser uma sinalização de distância entre intenção e gesto.

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