domingo, 27 de janeiro de 2008

Uma fresta no muro

As duas páginas que O Liberal dedica, na edição de hoje, à investigação do grupo de extermínio que atua em Icoaraci é um bom e promissor começo. Antecipada por esta Página há três semanas, esta é uma pauta que merece ser encampada por toda a imprensa, e não pode ficar limitada a uma única abordagem. Romper a cortina de silêncio, que protege a impunidade dos policiais e ex-policiais envolvidos nos assassinatos, contribui para diminuir o espaço de manobra do grupo, que até agora tem agido com grande desenvoltura.
Aliás, comenta-se que o simples registro nos jornais acerca do achado macabro de corpos desovados na periferia - tema recorrente a cada final de semana - funcionava como uma espécie de prova dos serviços executados pela escuderia de criminosos. De posse da matéria jornalística, podiam comprar a fatura do interessado.
Levantou-se, até agora, uma ponta insignificante do enorme tapete que encobre a sujeira acumulada em um bom período de atuação desses celerados. Suas ligações, influências, proteções e (maus) propósitos ainda permanecem em segredo. Não tão profundo que não possa emergir diante de uma investigação verdadeiramente voltada a extirpar o cancro do crime organizado.

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