Na esteira de concessões (sempre) polêmicas e de PPPs que já nascem sob o signo da suspeição, 10% da população urbana no Brasil - 15 milhões de pessoas - já são atendidos por empresas que tratam a água como uma mercadoria para gerar (e multiplicar) lucros bilionários.
Num país que precisa investir, segundo dados do próprio governo, R$ 120 bilhões para universalizar o saneamento, ceder nacos crescentes à sanha de grupos privados - nacionais e estrangeiros - é o caminho mais curto para eternizar o regime de apartheid que deixa 51,5% dos domicílios brasileiros sem acesso à rede de esgoto.
Na ponta de lança desse processo de sangria do patrimônio público, despontam duas corporações com íntimas relações com as maiores empreiteiras verde-amarelas: a Foz do Brasil, da Odebrecht, e a CAB Ambiental, da Queiroz Galvão, que juntas concentram 22 projetos em execução que vão atingir 7 milhões de pessoas.
São essas empresas - ou outras do mesmo naipe - que devem estar de olho cumprido em direção ao serviço de água e esgoto de Belém, cuja abertura ao capital privado virou verdadeira tara do governo Duciomar e de seus apoiadores na Câmara Municipal de Belém.
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