domingo, 18 de outubro de 2009

Dialética da palavra que se faz carne

"Quando já não havia outra tinta no mundo
o poeta usou seu próprio sangue.
Não dispondo de papel,
ele escreveu no próprio corpo.
Assim,
nasceu a voz,
o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue: sem foz nem nascente.

Lenda de Luar-do-Chão".

Mia Couto (1955, Beira, Moçambique). Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (Companhia das Letras, 2003).

2 comentários:

Ghys disse...

Lindo, Jr.

Anônimo disse...

Poesia que pulsa... muito lindo