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segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Poder paralelo
domingo, 29 de novembro de 2009
Homem ao mar
Uma voz que se levanta
Dialética dos profissionais da morte
sábado, 28 de novembro de 2009
Balão furado
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Nas margens de Aqueronte
Flagrante delito
O avô do mensalão
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A voz da razão
O engajamento do filósofo francês (nascido na Argélia) pela causa da libertação do escritor e ex-ativista italiano Cesare Battisti remonta às melhores tradições do humanismo que tanto marcou a vida e a luta generosa de gerações de homens e mulheres durante o curto (e trágico) século 20.
Sua carta ao presidente Lula, publicada na edição de hoje da Folha de São Paulo, apelando pela não extradição de Battisti, merece ser lida, sobretudo por aqueles que ainda permanecem contaminados pela odiosa (e insidiosa) campanha que quer ver o italiano terminar seus dias no fundo de um cárcere de evidente inspiração fascista.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Rassenkampf
domingo, 22 de novembro de 2009
Uma canção para a hora de acordar
Crepúsculo
sábado, 21 de novembro de 2009
Dialética dos levantados do chão
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Mentiras que parecem verdade
A dança do cisne
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Cheiro de queimado
Na marca do pênalti
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Você me prende vivo, eu escapo morto
O nome do fracasso
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Minha casa, meu pesadelo
A alma do (mau) negócio
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Depois das horas
O milho da discórdia
domingo, 15 de novembro de 2009
Mestres de luminosas manhãs
As algemas da barbárie
"It's the economy, stupid"
sábado, 14 de novembro de 2009
O embargo mata. Impunemente.
O carteiro e o poeta
Dialética dos limites da criação
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Garrote vil
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Isso você não verá na TV
O dia depois de amanhã
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Efeito Ofélia
O delegado geral de Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassully Neto, é uma pessoa que só abre a boca quando tem certeza.
Há quase dois anos, em plena Comissão de Direitos Humanos do Senado, ele teve o desplante de insinuar uma suposta "debilidade mental" da adolescente que havia sido brutalizada, por intermináveis 20 dias, por dezenas de detentos numa delegacia no município de Abaetetuba. Diante da imediata e bombástica repercussão da, digamos assim, incontinência verbal e intelectual do delegado, restou a ele apenas o caminho da entrega do cargo, antes que o escândalo assumisse proporções incontroláveis.
O mundo deu suas costumeiras voltas, e um belo dia o delegado Benassully é reconduzido ao seu antigo posto. Como policial, não há dúvida, que ele tem se mostrado um exímio porta-voz do governo Ana Júlia, talvez um tanto desastrado, mas, de toda forma, demonstrando uma sinceridade enternecedora.
É por isso que não deve causar estranheza a performance do delegado geral neste último - e quase fatídico - incidente envolvendo centenas de trabalhadores sem terra, na muito emblemática Curva do S, em Eldorado dos Carajás. Por pouco, mas por muito pouco, não ocorria mais um massacre e a responsabilidade direta seria creditada a ele e mais acima para quem teve a brilhante ideia de designá-lo para a missão de desbloquear - ao que tudo indica "a qualquer custo" - a rodovia PA-150. Esse "a qualquer custo", que ninguém esqueça, esteve na gênese da carnificina de 17 de abril de 1996. O tempo passa, os personagens se alternam, mas a grosseria e o despreparo parecem se impregnar em poderosas cadeiras de determinados salões palacianos.
A tomar por verdadeiros os argumentos esgrimidos por Benassully em resposta à indignada nota da CPT de Marabá, temos um cenário de "guerra contra o terror", uma espécie de estrada para Kandahar às margens do rio Tocantins. O advogado da CPT, José Batista Afonso, é pintado como um tipo interessado em provocar uma "nova tragédia na curva do S" e para tanto capaz de utilizar crianças como "escudos humanos" e os demais trabalhadores como "bucha de canhão". Faltou dizer que a CPT se transformou numa célula da Al Qaeda.
Antes que seja tarde é preciso que apareça alguém capaz de determinar que o prestimoso delegado abandone, o mais rápido possível, esse esquisito papel de bombeiro que tenta apagar as chamas do conflito despejando gasolina.
As pernas curtas da mentira
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Contra todos os muros
Coke is it!
Piromaníacos
Choro e ranger de dentes
domingo, 8 de novembro de 2009
Um zoom na devastação
Raposas em ação
sábado, 7 de novembro de 2009
O que está ruim pode sempre piorar
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
A velha face do terror
Um mar que está sempre para peixe
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Crime de Estado
No princípio
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
A presença que fica
Das entranhas da mãe África
Ao som dos tambores
Verequete é nosso Rei
“O galo cantou, me deu alegria
O galo cantou, é sinal que vem o dia
O galo cantou no romper da aurora
O galo cantou e o Verequete vai embora”
Se é correto falar de imaginário amazônico, desde o ponto de vista de seu próprio povo, Verequete é, sem sombras de dúvidas, uma de suas sínteses mais belas e originais. Sua genialidade, expressada na força rítmico-melódica e na inventiva poética de suas composições, traduz uma postura filosófica, uma concepção e percepção de mundo, ao mesmo tempo amazônica e universal, simples e profunda como o mergulho de quem, empanemado de paixão, decide ir morar com “a sereia no fundo do mar”.
Augusto Gomes Rodrigues, ou melhor, Mestre Verequete, esse um que sabe “como é bom pescar na beira do mar em noite de luar”; esse caboclo cuja casinha “é tacada de taboca na beira de um riacho, coberta de pororoca” no bairro do Jurunas; esse mano velho que tão facilmente retira do coração u’a mágoa como se tirasse a flor e o limão da rama do limoeiro; esse é o mestre humilde e fraterno, consciente do valor de sua obra e do seu significado transformador da vida do povo.
Rei, comandante da coluna, Verequete faz rufar os tambores, organiza o terreiro para a luta, em outras palavras, para a dança do carimbo do Pará – remédio milagroso para quem, mordido pela cobra venenosa, sonha com um futuro digno.
Agora, quando o mestre descansa “de baixo de uma palmeira onde canta o sabiá”, continuamos ouvindo sua voz imortal de uirapuru, para orgulho da música universal produzida em Belém, esse pedaço de chão vermelho cabano do Brasil.
Edmilson Brito Rodrigues
Professor e Arquiteto