terça-feira, 17 de novembro de 2009

A alma do (mau) negócio

Que ninguém critique o governo Ana Júlia pela falta de ineditismo. Isso, não, por favor.
Afinal, qual o governo que utiliza seu caro espaço de mídia paga na TV para propagandear - ora, vejam - mais de uma centenas ações de despejo de famílias sem terra e sem teto. Ou, se quiserem dourar a pílula amarga, "reintegrações de posse" realizadas de forma supostamente pacífica e sem violência.
Sem violência? Querem apenas dizer que não há mortos estirados no chão. Encontrou-se um método mais asséptico e quem sabe mais eficiente para que a "limpeza étnica" siga o seu caminho.
Não se fala, até porque seria mentir demais, no oferecimento de qualquer alternativa de sobrevivência às famílias despejadas. Elas não foram, porém, desintegradas pura e simplesmente. Estão por aí, famintas, maltrapilhas, com os olhos injetados de dor, decepção e revolta, passando sol, chuva e fome na beira das estradas. Sob lonas pretas, aguardam. Até o próximo confronto ou a próxima tragédia, não se sabe.


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