segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Depois das horas

Com Cesare Battisti em greve de fome e o mais que provável desempate no Supremo Tribunal Federal (STF) em favor da extradição, com o voto de minerva do ministro Gilmar Mendes, resta ao presidente Lula escolher entre adotar uma postura que salvaguarde a soberania e o decoro do Estado brasileiro, mantendo o refúgio concedido legalmente, ou se vergar às pressões da direita de todas as latitudes, agindo como um moderno Poncius Pilatos.
Mas existe uma última esperança: se for confirmado o entendimento que a palavra final nestes casos cabe mesmo ao Poder Executivo, com a decisão do STF funcionando como um mero indicativo, Lula poderá se sentir em condições de contrariar a maré montante do conservadorismo da mídia e do Judiciário. Resta torcer para que ele tenha tutano para isso.

3 comentários:

Anônimo disse...

É, só não há mesmo esperança para os quatro mortos.
Esses já não podem falar que não eram nem nada tinham a ver com partidos ou política.
Tem gente que até acredita que nem foram assassinados, estariam vivos.
Extremismo cega, até por conveniência.

Aldenor Jr disse...

Concordo com você em apenas um aspecto, caro anônimo das 11:28: a cegueira ideológica não leva mesmo a lugar algum.
Por isso, o caso Battisti não pode ser visto com os olhos dos anos de chumbo.
Houve os assassinatos. Isso não está em discussão. O ponto fundamental está na autoria - que Cesare nega veementemente - e nos muitos vícios que cercaram seu julgamento, inclusive com provas forjadas e confissões obtidas por meios ilegais.
Para você se ilustrar um pouco mais sobre este assunto, sugiro a leitura atenta do parecer do renomado jurista José Afonso da Silva, insuspeito de qualquer vinculação com a "extrema esquerda", que foi aprovado como posição oficial da Ordem dos Advogados do Brasil.
Basta clicar no link abaixo:
http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=16483

Anônimo disse...

Não entendo porque as leis brasileiras c/ relação aos estrangeiros cria tanta polêmica pra devolver ou manter um criminoso de outro país. Lembram do q/ fizeram c/ o pobre Jean Charles, q/ nem matou? Coitado foi "confundido" c/ um terrorista e a família dele é que sofre c/ a perda. Como disse Charles de Gaulle, "O Brasil não é um país sério..."