domingo, 4 de abril de 2010

Dialética de um racismo nada cordial

"Em um dos dias da semana passada receberam o sacramento do batismo na freguesia da Sé sete indivíduos, escravos, do Sr. Pedro Lourenço da Costa, há pouco chegados do interior da província. Eram todos menores, sendo o mais velho talvez de 16 anos de idade, filhos de uma preta, escrava do mesmo senhor, a qual havendo fugido em 1835, teve aqueles filhos durante o tempo em que esteve em fuga. A preta acha-se igualmente recolhida à casa de seu senhor; foi agarrada em Camutá, onde se inculcava livre, e confessa ter vivido quase sempre entre os gentios Anhambés, habitantes da selva do Tocantins, em companhia de um preto, criminoso, evadido da cadeia pública desta capital naquele ano de dolorosa rendição".


Jornal Treze de Maio, Belém, n. 277, 10 jan. 1854, p. 8. Citado por Vicente Salles (O Negro no Pará sob o regime da escravidão - 3.ed. rev. ampl. - Belém : IAP; Programa Raízes, 2005). Os grifos são nossos.

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