"Cântico XXXVII
Atrás de cada hora
atroz, aterra
a terra entre grilagens
e parágrafos de erros
sobre as horas...
Rio, por que choras?
Quem sabe a trama que se arma,
quen reconhece a noite entre nascentes
de rios negros de aurora?
Quem acendeu as chamas das queimadas
com título de posse des-fraudado
entre colonos em pânico?
E que pássaro ávido
mais-que-de-aço
põe seus ovos letais
em núbeis praias de Conde?
Aeroportos ocultos
revelam-se em radares.
A dúvida aterriza.
Aterroriza-se."
João de Jesus Paes Loureiro, poeta, professor e pesquisador paraense, nascido em Abaetetuba (1939). Porantim (1979, p.86. Obras Reunidas, Volume 1, São Paulo: Escrituras Editora, 2000)
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