quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um silêncio ensurdecedor

A punição dos agentes do Estado brasileiro que torturaram, mataram e desapareceram centenas de lutadores sociais durante o regime militar (1964-1985) continua a pairar, como um fantasma, sobre as cabeças dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Provocada por uma ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) de autoria do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o tema permanece como uma batata fervente, agora saltitando no colo do ministro Eros Grau, relator da matéria, que acaba de negar pedido de realização de audiências públicas, alegando que isso levaria a um atraso no julgamento da questão que se arrasta desde outubro de 2008.
Talvez devesse o ministro, ele próprio um ex-preso político torturado pelos militares nos idos de 1972, refletir sobre o que significa para um país como o Brasil conviver há mais de quatro décadas com a nódoa infame da impunidade. É deste atraso que o Brasil precisa se livrar o quanto antes.

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