O pior é que não é nada de inédito: todos os anos os ruralistas - sempre eles - esperam por seu agrado de final de ano. Pode ser que na gigantesca meia - ops - que penduram nas cercas de suas propriedades apareça um reescalonamento de suas bilionárias dívidas com os bancos oficiais. Ou, como agora, recebam o regalo de continuar impunes aos crimes previstos no desmoralizado Código Florestal.
Como este espaço adiantou há mais de um mês, Lula já havia dado sinais de que se vergaria, mais uma vez, a essa pressão espúria. Ao premiar quem absolutamente não merece, o governo está sinalizando para a continuidade do modelo devastador. E não tem nem o pejo de esperar o fim da aparentemente inútil Conferência da ONU sobre Mudança Climática, em Copenhague.
Fica a piada de péssimo gosto. Como prometer uma redução de 1/3 nas emissões de carbono até 2020 estimulando as forças que promovem o corte raso da floresta para fazer avançar a fronteira da agropecuária?
Lula não deixa margem a qualquer dúvida. Ele escolheu um lado - o lado errado, diga-se - e essa escolha ocorreu há bastante tempo, no exato momento em que um legítimo filho do Brasil resolveu passar de mala e cuia para o time adversário.
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