A morte do cabo da PM e de assaltante que havia feito uma mulher como refém, na tarde sangrenta de ontem (17), engrossa uma estatística vergonhosa. Talvez jamais se apure de onde partiu o primeiro tiro que desencadeou a tragédia, muito embora as imagens exclusivas da TV Record insinuem a possibilidade de que tenha havido descontrole na ação policial, de resto muito difícil e delicada em razão da real ameaça à vida da refém em decorrência da negativa de rendição do assaltante, um jovem de apenas 19 anos.
Já a morte de dois outros acusados, nos momentos seguintes ao tiroteiro, guarda todas as características de uma vingança privada, como tem sido regra neste tipo de ocorrência. A versão de que houve tiroteio entre os policiais e os acusados, nas ruelas da Terra Firme, dificilmente poderá ser reconstituída com o mínimo de fidelidade. A cena do crime foi violada e as vítimas, possivelmente já sem vida, foram levadas como de costume ao Pronto Socorro, forma eficaz de impor o pretenso "auto de resistência".
Essa pedagogia que cobra seu preço em sangue só aprofunda a extensão e a profundidade da barbárie que a tudo e a todos engolfa.
Um dia definitivamente triste, maculado pelo signo da brutalidade, a sinalizar um cenário onde está cada vez mais difícil preservar inteiriço o tênue fio da esperança.
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