Está mais que evidente o caráter de retaliação que cercou, nesta semana, as operações da PF, amparadas em ordem judicial, mas em desacordo com o parecer dos procuradores do Ministério Público Federal, contra o delegado Protógenes Queiroz e outros policiais que estiveram à frente da rumorosa Operação Satiagraha, aquela que desbaratou a quadrilha do todo-poderoso Daniel Dantas. O objetivo declarado das buscas e apreensões realizadas em vários estados era recolher provas do vazamento de informações para jornalistas na véspera das prisões. Isso mesmo. Não se está focalizando os crimes do banqueiro e de seus endinheirados clientes - acusados de lavagem de bilhões de reais, entre outras falcatruas contra o sistema financeiro. Não, isso fica para depois, no dia de São Nunca, provavelmente.
Entrementes, distante dos holofotes e das sirenes que cortam as madrugadas, Daniel Dantas vai amealhando vitórias expressivas em seu manifesto propósito de demolir, uma a uma, as provas recolhidas contra ele. No final, acreditem, não sobrará nada. Aliás, restará apenas o gosto acre de que no Brasil o dinheiro - muito dinheiro, por certo - continua sendo o mais eficaz argumento de defesa.
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