Após um caso de latrocínio (roubo seguido de morte) que chocou a cidade, centenas de populares apedrejaram a delegacia do município, dando início a um tumulto que somente foi controlado horas depois.
Resultado: dois jovens foram abatidos a bala. Um deles, com um tiro na cabeça, teve morte instantânea.
Os disparos partiram dos policiais acuados pela multidão que cobrava justiça e localizava nestes funcionários públicos algum grau de responsabilidade pela onda de violência que atemoriza a outrora pacata comunidade.
É evidente - pelo resultado sangrento do conflito - que houve uso excessivo de força. Ao atirar na multidão - e atirar para matar - os policiais foram além da justa legítima defesa e, pelo que se deduz das informações registradas pela imprensa, revelaram-se sem o mínimo preparo para lidar com uma situação explosiva como a que já se delineava desde as primeiras horas do dia.
Houve, muito provavelmente, uma série de erros, de diversos agentes públicos, que deveriam ter previsto a situação e tomado medidas acauteladoras, como o envio de contingentes policiais dos municípios vizinhos ou de tropas especializadas em controle de conflitos de rua. Nestes casos, a regra básica é a utilização de armamento não-letal, que poderia ter evitado a tragédia.
A polícia anuncia que está trabalhando na identificação dos que participaram dos atos de destruição dos bens públicos. Espera-se, da mesma forma, que não se coloque uma pedra em cima do fuzilamento dos dois jovens.
Uma investigação independente e levada a cabo com rigor e técnica é uma exigência elementar para que não se instaure, de uma vez por todas, a famigerada lei da selva.
Um comentário:
O que tem funcionado nesses momentos de fúria popular é o inconsciente coletivo que age pelo impulso de resolver a qualquer preço o caos instlado. E a polícia ainda não sabe administrar o caos.
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