Subjacente à polêmica da criação de uma nova estatal para explorar as extraordinárias reservas petrolíferas do chamado pré-sal na costa brasileira transparece uma constatação tão óbvia quanto dramática: desde o reinado tucano que a Petrobrás deixou de ser uma genuína empresa nacional. Nada menos que 67% de suas ações estão em mãos de investidores privados e algo como 40% - dados de 2005, com certeza agravados nos últimos anos de intensa valorização das ações da empresa na bolsa - já eram propriedade de estrangeiros.
Como Lula não teve coragem de inverter esse modelo de privatização encoberta, agora está diante de um dilema cruciante. Fortalecer a Petrobras, dando a ela a exploração das novas reservas, das quais brotará uma riqueza praticamente sem risco, poderá significar uma simples transfusão bilionária do sub-solo brasileiro diretamente para os grandes centros financeiros internacionais. Convenhamos que é uma excelente oportunidade para que o país descubra um dos maiores crimes de lesa-pátria que foi cometido e preservado longe do olhar nem sempre atento da opinião pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário