Pondo de lado o figurino bem-comportado que vez por outra faz questão de usar, a Vale voltou a falar grosso: ou o Estado se verga a suas prioridades e velocidades, ou o Pará poderá "perder" um projeto de exploração de níquel orçado em US$ 1,2 bi. Simples assim, sem papas na língua. A suposta demora na concessão da licença prévia do projeto do Níquel Vermelho, em Canaã dos Carajás, poderá levar os recursos para outro destino, onde haja uma audiência ainda mais subserviente aos ditames da gigante mineradora.
O interessante é que, aparentemente, estava selada a paz com o governo petista, que prepara uma grande festa para o próximo 14 de agosto, em Marabá, quando na presença de Lula será anunciada a criação de uma siderúrgica da Vale, devidamente amparada por um expressivo aporte de recursos públicos via BNDES. Mas, apesar da troca de amabilidades, o velho método da pressão e da chantagem descaradas costuma surtir efeito. Vale a pena aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Um comentário:
É porque a Vale quer que o Governo conceda a licença ambiental sem qualquer discussão, passando por cima de todas as dúvidas que existem sobre o projeto. O grosseiro Roger Agnelli acredita mesmo ser o imperador do Pará, com o apoio simiesco de nossas (des)autoridades.
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