Arrefecido um pouco o barulho dos fogos de artifício, qual efetivamente é o saldo da propalada usina siderúrgica prometida pela Vale do Rio Doce, em Marabá, e apresentada pela dupla Lula e Ana Júlia como o início da superação do modelo mínero-exportador?
Alguns dados sistematizados por Célio Bermann, renomado pesquisador da USP, ajudam a semear dúvidas sobre a eficácia dessa estratégia, tornando no mínimo desequilibrada a relação custo-benefício de mais este grande projeto: a mão-de-obra utilizada no setor da produção de alumínio, por exemplo, é 70 vezes menor do que a do setor de alimentos e cerca de 40 vezes menor do que a gerada pela área têxtil.
Os US$ 3,3 bilhões a serem investidos na primeira fase do investimento redundarão em pouco mais de 3500 empregos diretos durante a operação da usina, uma ninharia frente aos impactos socioambientais que serão gerados para assegurar a logística do projeto, como é o caso do traumático complexo hidrelétrico de Belo Monte, essencial, segundo fazem coro governo e mineradora, para que se garanta o fluxo contínuo de energia abundante, firme e a preços subsidiados.
Um comentário:
A resposta é simples e tem quatro letras: ICMS.
IPI talvez também.
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