quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dialética da palavra que não se cala

"Contra o Vento e as Marés

Este poema (contra o vento e as marés) levará minha assinatura.
Deixo-lhe seis sílabas sonoras,
um olhar que sempre traz (como um passarinho ferido) ternura,

Um anseio de profundas águas mornas,
um gabinete escuro em que a única luz são esses versos meus,
um dedal muito usado para suas noites de enfado,
um retrato de nossos filhos.

A mais linda bala desta pistola que sempre me acompanha,
a memória indelével (sempre latente e profunda) das crianças
que, um dia, você e eu concebemos,
e o pedaço de vida que resta em mim.

Isso eu dou (convicto e feliz) à revolução.
Nada que nos pode unir terá força maior.

Ernesto Che Guevara".

Este poema foi escrito pelo guerrilheiro argentino-cubano entre setembro e outubro de 1967, poucos dias antes de sua prisão e posterior fuzilamento por tropas do Exército boliviano, em Vallegrande, região esquecida daquele país sul-americano.
Os versos dedicados à Aleida, esposa de Che, foram escritos em seus famosos cadernos de campanha, que por tortuosos caminhos acabaram sobrevivendo à fúria de seus captores. Hoje, 41 anos depois, é seu testemunho de coragem e compromisso com os povos que permanece acalentando os mais generosos sonhos de justiça e liberdade, em todos os quadrantes do planeta.
La Higuera, a pequena e poeirenta aldeia que foi palco do martírio de Guevara, segue sendo um ponto de encontro para os que sabem que a luta sempre vale a pena. Quanto a seus carrascos, de todas as patentes e latitudes, pouco ou quase nada ficou registrado. Seus nomes lá ficaram soterrados em sua própria covardia e ignomínia.

6 comentários:

Anônimo disse...

Aldenor,
Coloquei um link do seu blog no meu. Assim que puder, visite.
Sou colunista do Diário do Pará e ficaria feliz se vc retribuisse a gentileza.
Parabéns pelo sucesso do blog!
Abraços,
Meg

Aldenor Jr disse...

Colega,
Obrigado pela visita.
Já coloquei seu Blog entre os preferidos do Página Crítica.
Volte sempre que quiser.

Anônimo disse...

Caro poster, uma pergunta:
Os assassinatos e execuções cometidos pelo Che não fazem dele, também, um carrasco tal qual seus carrascos?
(não vale negar que ele fez isso.)

Aldenor Jr disse...

Anônio das 13:57,

Qualquer observador honesto do século XX sabe que Ernesto Che Guevara foi um personagem fundamental daquela era das revoluções. Sua biografia, esquadrinhada por dezenas de autores, está aí para provar seu humanismo e dedicação integral à causa dos mais pobres.
Não há como imputar a ele atos de barbárie. Ao contrário, até seus inimigos - como fartamente documentado pela historigrafia cubana - reconheceram que ele dispensava um tratamento digno aos prisioneiros e feridos de guerra.
Ir além disso, como seu comentário sugere, é cair na mais desqualificada falsificação histórica. E esta tarefa - apesar de insistentemente tentada ao longo das últimas quatro décadas, resultou em evidente fracasso, como bem demonstra a sobrevivência do mito e do exemplo deste grande revolucionário latino-americano.

Anônimo disse...

O anônimo das 13:57 com certeza presenciou todos os assassinatos e execuções cometidos por Che, por isso fala com tanta propriedade. Ou sofreu lavagem cerebral nas escolas panamenhas comandadas pelos EUA e é daqueles que defendem os atos criminosos da ditadura militar no Brasil, ou então cresceu com certeza que comunista come criancinha.

Anônimo disse...

Assassinam nao fazem poemas
Assassinos nao demonstram ternura
Assassinos nao lutam pelos pobres
Assassinos nao dão à sua metralhadora o nome de Irene
Assassinos nao tocam o coração das pesoas
Assassinos nao vestem fardas para tirar seu povo da escravidão
Assassinos nao lutam por liberdade
Viva OS 80 anos do nascimento do Che!!!!!!!! Brindemos a a luta de um homem bom!!! Para libertar meu povo, também matarei!!!