O esquisito Mangabeira Unger, titular do Ministério de Assuntos Estratégicos, tem uma atração fatal pela polêmica. Suas idéias sobre a Amazônia, na contramão dos movimentos sociais e do que existe de mais progressista na área acadêmica, jogam água no moinho do aprofundamento do modelo devastador. Agora, passa a flertar abertamente com a grilagem de terras públicas. À Folha de São Paulo de hoje ele saiu com essa pérola: "Se quiser vender, deve poder vender, não estamos preparando um modelo agrário soviético nem populista; precisamos confiar no trabalho e no mercado", ao defender o "direito" do ocupante de áreas da União poder vendê-las após a regularização fundiária de lotes de até 400 hectares.
A polêmica proposta de "rito sumário" está incluída entre as prioridades do Plano Amazônia Sustentável (PAS), sob coordenação de Unger, e pode atingir até 4% da Amazônia Legal - algo em torno de 284 mil posseiros. Dentre estes, é claro, uma boa quantidade de grileiros e desmatadores ilegais, que talvez nem desconfiem que possuam um aliado tão bem situado nos altos escalões do Palácio do Planalto.
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