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quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Dialética da palavra indignada
Tecumseh, líder dos shawnees, final do século XIX.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Terror amarelo
Não demora e vão descobrir que se encontra em plena atividade, nos subterrâneos do velho hospital da 14 de Março, uma bem treinada célula da Al-Quaeda.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Sob os escombros
Uma obra de tão baixa qualidade merece ser investigada. Ainda mais quando se sabe do currículo, nada abonador, de quem coordenou os (supostos) trabalhos de reforma do prédio: o médico Saulo Costa, diretor do hospital à época e apontado como o sobrinho predileto do prefeito Duciomar. Logo se vê que a genética explica muita coisa mesmo.
Moedores de carne (humana)
Em resumo: mais mecanização, maior produtividade, convivendo com depressão salarial e aumento da jornada de trabalho extenuante, responsável pela morte de, ao menos, 20 canavieiros no rico interior paulista entre 2004 e 2007.
sábado, 23 de agosto de 2008
Lixeira Mundial
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
A marca do camaleão
O Democratas, partido que já foi PFL e, antes, décadas atrás, estava convenientemente abrigado no que se julgava o maior partido do ocidente, a Arena de tão tristes lembranças, volta e meia está nas manchetes com seus membros envolvidos em escândalos de corrupção, algo que se parece ser parte indissolúvel de seu DNA político.
É o caso do senador Efraim Moraes (DEM-PB), ocupante do cobiçado cargo de primeiro-secretário do Senado, flagrado como principal patrocinador e como sócio oculto do lobista Eduardo Bonifácio Ferreira, acusado pelo Ministério Público Federal de liderar um esquema de licitações fraudadas que teria lesado os cofres públicos em pelo menos R$ 35 milhões. O mérito deste furo jornalístico coube à equipe do Correio Braziliense.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Cashier
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Como ele é pequenininho
Nada como o horário político para que os mistérios mais insondáveis sejam revelados. Ontem, na estréia dos comerciais da campanha de reeleição do prefeito Duciomar Costa (PTB), soube-se que os supostos problemas herdados por ele no início do mandato eram tão grandes, mas tão grandes, que o coitado do prefeito sumia atrás da enorme pilha de dívidas (jamais comprovadas) e de dificuldades variadas (estas, sempre, decorrentes de sua própria incúria). Por isso, ninguém conseguia vê-lo administrando. Por longos três anos e meio, o que é realmente fantástico.
É o que dá eleger um governante dotado de estatura apropriada para se movimentar sempre, mesmo que de forma ardilosa e sorrateira, ao rés do chão lamacento da política de resultados. Para si mesmo, é claro.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Pelas beiradas
Para as ONGs ambientalistas, essa é a senha para por fim à reserva legal de 80%, o que soa como música aos ouvidos da indústria madeireira e do amplo consórcio de agronegocistas.
O gato comeu?
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Uma ameaça bem real
Basta ver suas últimas declarações defendendo a revisão da política indigenista, que alcança o ridículo ao relacionar a reserva de "grande parte de nosso território" - 21% da Amazônia - para os indígenas como fonte do atraso e da falta de condições econômicas para estes povos. É a nova versão para velhas idéias. Exatamente o que já se tentou - felizmente sem sucesso - durante os últimos anos da ditadura, quando veio à tona o debate sobre a "emancipação" dos povos indígenas.
Para quem não sabe, Unger é, nada mais, nada menos, que o coordenador, designado pelo presidente Lula, do rumoroso e ineficaz Plano Amazônia Sustentável (PAS), que tende a se tornar um cavalo de tróia dessa mais recente ofensiva em favor do avanço das frentes de devastação socioambiental.
Caminhos Opostos
Garzón lidera o grupo de juízes espanhóis e italianos que, nos últimos anos, conseguiu colocar no banco dos reús dezenas de militares latino-americanos envolvidos na tortura e morte de dezenas de cidadãos europeus durante os anos de chumbo na América Latina.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Noves fora, (quase) nada
Alguns dados sistematizados por Célio Bermann, renomado pesquisador da USP, ajudam a semear dúvidas sobre a eficácia dessa estratégia, tornando no mínimo desequilibrada a relação custo-benefício de mais este grande projeto: a mão-de-obra utilizada no setor da produção de alumínio, por exemplo, é 70 vezes menor do que a do setor de alimentos e cerca de 40 vezes menor do que a gerada pela área têxtil.
Os US$ 3,3 bilhões a serem investidos na primeira fase do investimento redundarão em pouco mais de 3500 empregos diretos durante a operação da usina, uma ninharia frente aos impactos socioambientais que serão gerados para assegurar a logística do projeto, como é o caso do traumático complexo hidrelétrico de Belo Monte, essencial, segundo fazem coro governo e mineradora, para que se garanta o fluxo contínuo de energia abundante, firme e a preços subsidiados.
Dialética da palavra insubmissa
Mario Lago (1911-2002), ator, compositor, escritor e militante comunista.
Caiu a ficha?
Como Lula não teve coragem de inverter esse modelo de privatização encoberta, agora está diante de um dilema cruciante. Fortalecer a Petrobras, dando a ela a exploração das novas reservas, das quais brotará uma riqueza praticamente sem risco, poderá significar uma simples transfusão bilionária do sub-solo brasileiro diretamente para os grandes centros financeiros internacionais. Convenhamos que é uma excelente oportunidade para que o país descubra um dos maiores crimes de lesa-pátria que foi cometido e preservado longe do olhar nem sempre atento da opinião pública.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Em nome do pai
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Pirlipimpim
Qual a porção mágica que fez transformar as toneladas de material gráfico, os quilômetros de faixas plásticas, as possantes frotas de veículos, além da tropa de cabos eleitorais remunerados - sabe-se lá incluídos em que folha de pagamento - em apenas R$ 8400,00?
Pois foi esse truque contábil que o comitê de campanha do prefeito Duciomar Costa (PTB) realizou em sua primeira prestação de contas ao TRE, provando que o papel - ou os sistemas informatizados da Justiça Eleitoral - aceitam qualquer coisa, mesmo que se revelem, desde o início, como as mais grosseiras fraudes.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Tempos modernos
A tarefa de atualizar este blog é, simultaneamente, prazer e obrigação. Sentimentos que resultam de escolhas conscientes, mas que não são produto apenas de ato de pura vontade. É preciso tempo e disposição. Tempo para garimpar o que merece ser destacado nestas páginas do ciberespaço. Disposição para, com óbvias limitações, submeter estes fatos (ou versões) ao crivo de uma determinada crítica. Engajada, por certo. Parcial, sem ser facciosa. Aberta para o mundo, sem perder o compromisso com o sonho da plena emancipação dos que vivem de seu próprio trabalho.
Muito mais cedo do que imaginava, a sobrecarga de responsabilidades profissionais deste poster começou a travar a rotina que viabilizava a cada dia uma edição nova do Página. E esse quadro só deve se agravar nas próximas semanas, tornando ainda mais rarefeita e irregular a renovação das postagens e a moderação dos comentários.
Aos eventuais leitores do Página Crítica, responsáveis por quase 20 mil acessos únicos desde dezembro passado, peço desculpas pelo transtorno.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Desacelerando
Símios à beira de um ataque de nervos
O ato dos militares em protesto contra a possibilidade de punição dos crimes de tortura e execuções extra-judiciais cometidas durante os anos de chumbo teve uma audiência bastante representativa. Além de dezenas de oficiais das três armas, da ativa e da reserva, lá pontificou um homem que tem todos os motivos para expressar seu descontentamento. Trata-se do coronel reformado Carlos Brilhante Ustra, conhecido torturador do famigerado DOI-Codi paulista, que recentemente teve o dissabor de ver reaberto o processo judicial que visa apurar sua responsabilidade direta na morte de diversos presos políticos.
O clima era de um golpismo rudimentar e um tanto histérico. Não faltaram discursos propondo "desapear" do poder o ministro Tarso Genro (Justiça), principal alvo da manifestação dos setores mais retrógrados da caserna.
Do lado de fora do Clube Militar, local do protesto, algumas dezenas de estudantes mobilizados pela UNE, tentaram fazer o contraponto. Bom sinal de que a sociedade brasileira pode, enfim, despertar e fazer renascer a luta contra a impunidade que macula de forma visceral a transição política após o fim dos 21 anos de ditadura militar.
Um vale de prepotência
O interessante é que, aparentemente, estava selada a paz com o governo petista, que prepara uma grande festa para o próximo 14 de agosto, em Marabá, quando na presença de Lula será anunciada a criação de uma siderúrgica da Vale, devidamente amparada por um expressivo aporte de recursos públicos via BNDES. Mas, apesar da troca de amabilidades, o velho método da pressão e da chantagem descaradas costuma surtir efeito. Vale a pena aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Na boca da noite
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Paciência tem limite?
"Enquanto isso, a sociedade do Pará assiste ao enriquecimento de uma instituição multinacional com o minério extraído do próprio solo.
Mas o Neoliberalismo é isso: consumidores e fornecedores "ilimitados", já que fronteiras não existem. Valoriza-se a melhor oferta não importando de onde venha.
Em 1997 o Brasil se ajoelhou, agora tem de rezar... e rezar até quando?"
Depois da queda, o coice
Na prática, o governo cedeu às pressões da bancada ruralista, que há muito tentava obter uma autorização legal para premiar e dar estabilidade às centenas de grileiros e madeireiros que ocupam grandes extensões de áreas públicas, no rastro da expansão da fronteira de destruição socioambiental. Calcula-se que 8,4% - 420 mil hectares - da Amazônia estejam ocupados por posseiros, de todos os tamanhos e dos mais variadas origens. Mas, como sempre, os pequenos ocupantes serão apenas instrumentos para consolidar a posição dos que estão no poder há muito tempo, desde que as caravelas de Cabral divisaram no horizonte, em meio ao espanto e à cobiça, as novas terras e suas extraordinárias riquezas.
Lucros em pencas
1997, ao correr do martelo, a Vale é vendida (ou doada, melhor dizendo) pela quantia ridícula de R$ 3,338 bilhões, quando, dez anos antes, somente a reserva mineral de Carajás, no Pará, havia sido estimada em US$ 108 bilhões.
2008, a Vale anuncia o lucro obtido no segundo trimestre: R$ 4,573 bilhões, com uma queda relativa de 21,7% em relação ao mesmo período do ano passado, mas surpreendendo com uma elevação de 103% sobre o primeiro trimestre, mesmo sob o impacto da valorização cambial do real sobre o dólar e em meio às incertezas da crise financeira que remexe as entranhas da economia norte-americana.
Como sempre, o minério de ferro, grande parte retirado do território paraense, esteve no topo da lista dos produtos exportados pela gigante mundial da mineração: nada menos que 78,665 milhões de toneladas métricas, com alta de quase 9% sobre o mesmo período do ano passado.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Rios de pó
Valor desagregado
Olho mágico
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Dinheiro alado
Bate-paus fardados
Agosto, desgosto?
O intenso lobby a favor do esfacelamento do território indígena, realizado por políticos identificados com gananciosos e obscuros interesses, não parou de trabalhar durante o recesso, lançando sóbrias expectativas sobre o desenlace da polêmica em plenário. Haverá ainda tempo para inverter essa tendência?
Dialética da tragédia humana (vista de cima)
José Saramago (1922), escritor português, Nobel de Literatura (1988). O evangelho segundo Jesus Cristo, p.380-381, Editora Record, 1995.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Com as armas da chantagem
O governo Lula neste episódio expõe suas contradições. Enquanto dois ministros assumem a posição corajosa em defesa do direito à memória e à Justiça, outro integrante do primeiro escalão se apressa a assumir o triste papel de ventríloquo da gorilagem que impera em vastos segmentos das Forças Armadas, na ativa e fora dela.
Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vanuchi (Direitos Humanos) se alinharam com o que há de mais consistente em termos do direito moderno, que não reconhece os crimes de tortura, maus-tratos e assassinatos de opositores nas câmaras de suplício das ditaduras como passíveis de anistia; já o jurista Nelson Jobim (Defesa) não desmereceu sua biografia pretérita e presente: ele sempre está disposto a cerrar fileiras com o que há de mais retrógrado e reacionário, entoando, sem a menor cerimônia, os berros autoritários dos que se julgam acima da lei.
Não é miragem
Na aridez da imprensa paraense, tão monopolizada quanto empobrecida em termos de conteúdo e criatividade, uma revista cultural sobreviver ao segundo aniversário já seria um mérito extraordinário. Mas sobreviver mantendo e ampliando a qualidade deve mesmo ser digno de nota. É o caso da Pará Zero Zero, publicação voltada para a arte, política e cultura, sob a coordenação editorial de Carlos Pará.
O número 5 já está nas bancas e traz, entre outras matérias, um alentado artigo sobre o surgimento da imprensa no Pará, nos idos da segunda tumultuada segunda década dos Oitocentos, pelo historiador Geraldo Mártires Coelho, além do perfil do cineasta carioca-paraense Luiz Arnaldo Campos, dos premiados PSW, Uma Crônica Subversiva (1986), Chama Verequete (2001) e A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados (2005).
Um sopro ético, tênue, mas valioso
Alguns candidatos - independente do resultado oficial a ser proclamado pelo TRE - sairão das eleições bem menores do que entraram. Pilhados em malfeitorias, eles acabam por revelar, pelo menos para a parcela mais crítica do eleitorado, a face necrosada de certa política baseada na arte da malandragem e da empulhação.
Por isso é tão importante a corajosa a sentença da juíza Ezilda Pastana Mutran, da 98a Zona Eleitoral, impugnando a candidatura de Duciomar Costa (PTB). Ela acatou o pedido formulado pelo Ministério Público Eleitoral baseado nas muitas ações judiciais por improbidade administrativa que o atual prefeito responde na Comarca de Belém e na Justiça Federal da 1a Região, todas por desvios de recursos destinados à saúde pública.
Imediatamente, o exército de advogados a soldo do impugnado tomou as providências de praxe, buscando anular a sentença em uma instância superior. É muito provável que alcance sucesso, mas as repercussões simbólicas já terão sido produzidas.
Como o jogo eleitoral está apenas no começo, não deixa de ser um bom presságio. Algum nível de ajuste de contas poderá ocorrer com as velhas e carcomidas formas de se fazer política. O desfecho, após a contagem do último voto, sempre pode trazer de volta o inusitado. Para o dissabor dos que se imaginam capatazes da vontade popular.
sábado, 2 de agosto de 2008
Lethal Weapon
Sob esse clima de incerteza - a qualquer momento o notebook ameaça se calar (talvez para sempre) - o melhor é chamar ajuda de um técnico, decretando o recesso de fim de semana.
Na segunda-feira, 4, com alguma sorte, o Página Crítica estará de volta. Bom domingo a todos.
Nas asas da Companhia
A queda do helicóptero presidente da Bolívia, na semana passada, apenas cinco horas de ter servido o presidente Evo Morales em um deslocamento, é mesmo um fato muito suspeito. No acidente morreram todos os ocupantes do avião, sem que, até agora, tenha sido descoberto o real motivo do desastre.
Supersticiosos de plantão, de olho nas coincidências, lembram que na quinta-feira, 31, completou-se mais um aniversário do "acidente" matou o presidente panamenho Omar Torrijos, quando misteriosamente seu avião explodiu em pleno vôo, justamente ele que se notabilizara por confrontar os interesses dos Estados Unidos na América Central. O militar nacionalista governou o pequeno e estratégico Panamá sob um regime ditatorial, mas de viés latino-americanista e não-alinhado.
Entre seus feitos, o mais destacado, foi o de ter conseguido reaver a soberania sobre o Canal do Panamá, depois de ter permanecido sob o domínio neocolonial norte-americano de 1903 a 1977, quando Torrijos assinou o histórico acordo com o presidente Carter, que devolveu aos panamenhos o controle sobre uma a área de 1432 km2 de seu território nacional.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Teste de DNA
A transação estava, segundo os relatos colhidos pela Polícia, sendo realizada em dinheiro vivo - R$ 5 mil como primeira parcela de uma entrada de R$ 20 mil - por um veículo Honda Civic, cor preta, avaliado em quase R$ 90 mil. Faz pouco sentido a estória de que o restante do pagamento seria feito em um longo - e inverossímil - crediário de 48 parcelas de R$ 1450. Seria a primeira vez que se tem notícia de um financiamento a perder de vista por um bem que acabara de ser obtido mediante assalto à mão armada.
Não deixa de ser intrigante desvendar a origem do dinheiro envolvido na suposta operação de compra. A folha corrida de alguns parentes diretos do infeliz comprador já seria razão suficiente para que o caso recebesse uma investigação mais aprofundada.