Na guerra eleitoral a ordem é não fazer prisioneiros. Em São Paulo, por exemplo, baixou o desespero na campanha petista de Marta Suplicy, dezessete pontos atrás do demo Gilberto Kassab. Para tentar alvejá-lo, desde domingo passado, Marta colocou no ar um comercial polêmico, onde instiga o eleitor a descobrir "Quem é Kassab?". Após perguntar sobre seu passado político, conclui, com mal disfarçada naturalidade, perguntando se ele é casado e tem filhos. A velada (?) insinuação de que o prefeito seria homossexual é muito mais que um golpe baixo. É um atentado à biografia de Marta, que há anos tem amargado forte preconceito por sua postura de corajosa defesa de temas espinhosos como a união civil de pessoas do mesmo sexo.
Pode até ser que o petardo surrupie alguns pontinhos do democrata - talvez, porque existe uma boa probabilidade da manobra produzir resultado contrário ao esperado -, mas o estrago já estará feito, numa demonstração de que o apego aos princípios, no petismo de hoje, é mesmo coisa de museu.
2 comentários:
Pertinente, perfeito, isento e irretocável seu comentário.
Parabéns ao poster.
É. O PT de hoje não se parece nem em sonho com aquele que arregimentava multidões à porta das fábricas, o PT dos sindicalistas, dos esperançosos, dos que denunciavam as mazelas do Estado e que buscaram o poder na esperança de mudança. Essa expectativa hoje virou realidade. O PT é governo. Para sua manutenção é necessário esquecer as origens, as promessas, os motivos que levaram aqueles velhos “companheiros” a fundarem o Partido dos Trabalhadores, que priorizava a ética, respeitava as religiosidades e a sexualidade de cada um. Usar de qualquer expediente imoral, irresponsável ou que agatanhe a luta dos fundadores petistas, é no mínimo uma falta de delicadeza dessa senhora. Está na hora dela própria, relaxar e gozar. Sua campanha, deixa pra lá!
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