Sob flashes e holofotes, a multidão de repórteres aguardava ansiosa uma declaração oficial do grande vencedor. Alheio à algaravia, ele mantinha impassível sua contumaz cara de paisagem, divagando em torno de pensamentos tortuosos. Enquanto fixava o olhar em um ponto perdido no horizonte, segurava com força o cabo de madrepérola de seu guarda-chuva preferido. Passado e presente num turbilhão de emoções anfíbias. O gozo do triunfo em mistura acre com remotos sentimentos de culpa, recalcados em um canto escuro de sua mente prodigiosa. Melhor não pensar demais. A hora é de panis et circenses.
Antes de iniciar sua locução à turba embevecida, pensou pela enésima vez sobre o quanto pode ser mentiroso o axioma de que o crime não compensa.
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segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Enquanto isso, em Gotham City
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Um comentário:
Crime? Que crime? Deus é testemunha que jamais cometi o menor deslize na minha proba vida!Nasci, cresci e sempre vivi assim, íntegro.
ass: dudu (isso sem piscar nem tremer os lábios...)
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