terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cores sem contraste

Não deve causar espanto que a direita pinochetista tenha voltado ao governo no Chile. Ao governo, bem entendido, porque jamais esteve completamente fora do poder.
A transição chilena, com forte conteúdo continuista, soube preservar o legado da política econômica marcada por um fundamentalismo neoliberal a toda prova.
Os governos ditos de centro-esquerda, capitaneados pelos remanescentes do Partido Socialista em aliança com a Democracia Cristã, foram responsáveis pelo aprofundamento e radicalização da inserção subordinada do Chile na economia mundial. Assim, é exigir muito que o eleitor comum veja alguma diferença fundamental entre o "oposicionista" Manuel Sebastián Piñeira e o governista Eduardo Frei, este aliás, ex-presidente (1994-2000) que tentava retornar com apoio da presidenta Michelle Bachelet.
Esse modelo em que os partidos se revezam sem sequer triscar naquilo que de fato interessa aos grandes monopólios nacionais e estrangeiros vai esterilizando a política, transforma em jogo de sombras e em palco para o confronto de grandes e viciadas máquinas partidárias. Nada além disso, infelizmente.

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