Foi o que fizeram os latifundiários do Mato Grosso do Sul e de Roraima. E não perderam a viagem.
Em poucas semanas, com uma única e certeira canetada, foram demolidos vários dos decretos presidenciais que em dezembro passado, depois de anos de espera, haviam homologado novas terras indígenas no país.
O ministro Gimar Mendes está todo prosa. Afinal, a belicosa Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária (CNA) saiu em sua defesa e se desmanchou em rasgados elogios. Não é para menos. 90% da recém criada terra indígena Arroio-Korá virou poeira. Era tudo que o agronegócio mais queria.
Os potentados que há décadas usurpam o direito ancestral dos Guarani Kaiowá e dos Guarani Nandeva no conflagrado MS podem mesmo dormir tranquilos. Não correm qualquer risco se depender de Mendes e seus acólitos, mesmo que estejam, como de resto toda a elite da qual fazem parte, brincando perigosamente à beira do vulcão. Adormecido e aparentemente extinto. Pelo menos à superfície.
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