Esta é para os que acreditam - e muitos o fazem de maneira sincera - que Israel seja uma democracia. Aliás, a única democracia do Oriente Médio.
Noves fora a propaganda ideológica, o que resta é um estado policial, ferramenta de um regime de apartheid que parece não ter fim.
Desde 16 de dezembro está preso o ativista Mohammed Jamal (Jamal Juma, como é conhecido). Ele foi detido pelas forças de segurança de Israel sem acusação formal e ficou muitos dias incomunicável, sem acesso a familiares e advogados.
Quem é Jamal? Trata-se de um perigoso militante de alguma organização armada da resistência palestina? Será um potencial homem-bomba?
Não, nada disso. Ele é um militante da luta pacífica e da desobediência civil. Jamais se alçou em armas - aliás, um direito consagrado a todos os povos que vivem sob o regime da opressão colonial. Sua militância está vinculada à criação de ONGs pacifistas, que procuram construir pontes entre a sociedade civil palestina e o que resta de consciência crítica no seio do povo israelense, brutalizado por anos a fio pelo discurso que justifica a violência e a limpeza étnica para preservar seu alegado direito de existência como um estado nacional, sem fronteiras definidas e ao arrepio de uma penca de resoluções das Nações Unidas.
Jamal Juma é fundador e principal figura pública da Campanha Parem o Muro (Stop the Wall), que denuncia internacionalmente o horror representado pela construção do gigantesco muro por dentro do território palestino. É esse seu crime e é por isso que está, no presente momento, padecendo das agruras dos cárceres das autoridades de ocupação.
Vozes se levantam contra essa atrocidade. Junte-se a elas. Vale a pena. Sempre.
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