A reação histérica dos Estados Unidos e seus aliados diante das movimentações bélicas da Coreia do Norte responde à necessidade de possuir, a cada momento, um demônio oportuno para combater. Kim Jong Il é o Saddam Hussein da vez. Há, porém, uma diferença marcante: o arsenal dos norte-coreanos não é um cenário de papel machê, mesmo que ainda esteja um tanto distante de controlar, até as últimas consequências, a tecnologia da produção de artefatos nucleares.
Muito mais perigoso, para a Ásia e para o mundo inteiro, é o gigantesco complexo militar nuclear do Paquistão, aliado incondicional dos Estados Unidos, sob controle de uma ditadura acossada pela guerrilha de seus ex-aliados do Taliban.
Enquanto a grande mídia se farta de desenhar o armagedon na península da Coreia, desce a cortina de silêncio sobre o seleto clube de proprietários da bomba atômica, muito mais perigosos e imprevisíveis. Ou as ex-repúblicas da Uniâo Soviética, atoladas até o pescoço na corrupção e na teia de crime de suas máfias, não são um risco maior ainda? Isso para não falar de Israel e seus dirigentes da extrema direita, para quem promover um pogrom atômico nunca esteve totalmente fora de cogitação.
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