O campo majoritário do PT é, hoje, um pote cheio de mágoas, prestes a transbordar. Gota a gota, a paciência da maioria do partido foi se exaurindo e, na mesma proporção, o crédito do governo Ana Júlia - e da Democracia Socialista, em particular - virou poeira.
O Repórter Diário de hoje, principal coluna do jornal Diário do Pará, acerta no fundamental, mas derrapa no acessório ai relatar, em primeira mão, a troca de sopapos entre o chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, e o secretário de Transportes, Valdir Ganzer. O bafafá ocorreu mesmo, mas não foi ontem à noite, no Palácio dos Despachos, e nem na presença da governadora Ana Júlia.
A cena de vale-tudo ocorreu, segundo uma acreditada fonte com amplo trânsito no PT, há poucos dias numa reunião da executiva estadual com secretários de governo. E as causas do entrevero podem ser explicadas, não necessariamente nesta ordem: 1) a desconfiança de que o governo vai puxar o tapete da candidatura de Paulo Rocha ao Senado em 2010, em função das evidentes sinalizações de que Duciomar Costa, prefeito da capital e eventual postulante de uma vaga no Senado, goza de acessos muito mais largos e profundos que os palacianos ousam admitir; 2) a ultra-centralização da DS na condução dos assuntos de governo, isolando e subestimando as demais correntes internas do PT; 3) a tentativa de colocar o cargo de Ganzer, titular da Setran, na cesta de espaços a serem ofertados na repactuação com os partidos da tal base aliada; e 4) a intempestiva candidatura de Puty à Câmara Federal, fonte permanente de tensões e de disputas intestinas.
Apesar disso tudo, os cardeais do PT apostam na possibilidade de colocar panos quentes e seguir adiante. Não se sabe, entretanto, até quando as margens vão segurar a força das águas do rio de raivas no qual o partido se transformou.
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