domingo, 17 de janeiro de 2010

Esgoto a céu aberto

Quem tiver paciência - além de luvas, botas e máscaras - está livre para se aventurar na tortuosa leitura da entrevista em página dupla que o prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), concedeu a uma trinca de bons repórteres do Diário do Pará, neste domingo, 17.
Desconsiderando-se a baboseira de sempre, com aquelas frases feitas e desbotadas, resta um político que desnuda, nas entrelinhas, uma carga de deboche poucas vezes revelada ao grande (e passivo) público.
Merece uma moldura a seguinte afirmação, sacada para responder àpergunta de que ele, Duciomar, seria sócio da Belém Ambiental: "Eu aceito a sociedade! Eu disse várias vezes. Não tenho nada contra...É só passar para o meu nome! Esse negócio de laranja não dá certo... Se for legal eu aceito".
Mas é claro que não se está falando em negócios legais. Muitíssimo pelo contrário. O tema que se infiltrou em boa parte da entrevista é o do submundo da política que transforma detentores de mandato em empresários bem sucedidos, cuja fortuna em ascensão é sempre fruto da proximidade promíscua com os cofres públicos.
Fazer blague com um tema desse só pode ser obra de alguém que tenha perdido, sabe-se lá há quanto tempo, qualquer noção de culpa. E por que sentiria culpa se tudo que fez, faz e (ainda desgraçadamente) fará tem como base a aceitação, muitas vezes entusiasmada, de suas próprias vítimas, reduzidas a uma espécie de exército eleitoral de reserva?

2 comentários:

Anônimo disse...

CULPA é palavra que não existe no vocabulários de seres que não tem sensibilidade. O prefeito no meio acadêmico já foi, há muito, diagnosticado como portador de grave sociopatia, com fortes traços de perversidade e cinismo. Espero que o povo que o elegeu tenha a capacidade suficiente de entender o erro que cometeu.

Anônimo disse...

Dá para sentir na pele, além de, nas ruas de Belém, o espírito do governo do DUDÚ:
é o da MANUTENÇÃO DA EXCLUSÃO!ou melhor, DA NÃO INCLUSÃO!
-Entre iluminar novas vias, trocou todas as luminárias, recem instaladas, da Av. Almirante Barrosa, por outras com sua marquinha de arvorezinha;
-Ao invés de implantar calçadas na periferia, refez todo o canteiro central, incluindo guias de concreto, da ciclovia da Almirante.
-Sem se preocupar em expandir o necessário sistema de circulação de bicicletas, está desmontando a ciclofaixa existente, prontinha, da Augusto Montenegro, para colocar em cima uma ciclovia;
-Por fim, além de outras coisas mais, deixando de tratar os demais canais da cidade, como os existentes no Tenoné, Icoarací e Mosqueiro, botou para demolir os canais, já tratados, com mata ciliar da 14 de Março e Dr. Morais e construir por cima umas paredes de contenção, em concreto.
Como se vê, não expande a INCLUSÃO de pessoas e de novas áreas da cidade, fica penteando as áreas já incluidas.