segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O nome da crise

O silêncio de Lula em torno da polêmica sobre o terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos é o principal responsável pelo alastramento da crise. Artificial e deliberadamente insuflada pelos setores mais reacionários da sociedade brasileira, a onda de protestos contra o plano revela como estão vivos os germes que estiveram presentes, quatro décadas atrás, na gênese do regime militar. Com novas e vistosas roupagens, com certeza.
Diante da anomia do presidente, que age como se o assunto não lhe dissese respeito, cresce a anarquia no governo. Primeiro foram os militares e o ministro da Defesa a protagonizar cenas explícitas de quebra de hierarquia. Agora, sob o influxo do chilique midiádico da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e congêneres, o ministro do agronegócio e da devastação ambiental, Reinhold Stephanes, aproveitou a janela para colocar as garras de fora e insultar um documento que levou a assinatura do presidente da República e de quase toda a esplanada dos ministérios. Tudo impunemente? Se for assim, Lula estará encurtando seu último ano de mandato e delegando definitivamente a autoridade de governar para as forças do atraso.
Enquanto as chamas da polêmica crescem sem parar, Lula, ao que parece, dá sinais de que, finalmente, vai dar um passo. Para trás, infelizmente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Aldenor e leitores, confiram a entrevista do publicitário Chico Cavalcante da Vanguarda no blog do Bordalo, sobre as eleições, pesquisas etc. Tá imperdível!

http://bordalo13.blogspot.com/2010/01/o-drama-do-psdb-e-o-mesmo-eles-eram.html

Anônimo disse...

Não se pode esperar outra atitude do Lula. O sindicalista de outrora não existe há muito, ou foi apenas uma farsa que durou o tempo necessário pra que a máscara caísse e mostrasse quem ele é ou se tornou.