sábado, 17 de janeiro de 2009

Dialética da palavra da memória ancestral

"Quando foi mesmo que ela chegou pela primeira vez a meus ouvidos, não sei.
Era apenas uma palavra, mas trazia um cheiro violento de terra e de liberdade, gosto de fruta madura, uma palavra apenas, porém usando paladar e olfato.
Por que me embalava tanto como se fossem os braços de minha mãe ? Pés se arrastavam, corpos dançavam, vozes cantavam e ela vinha clara e sonora, não se explicando ou definindo, mas evocando lembranças, saudades, passado, distante país, temos idos, mocidade, vida vivida.

"Cipó caboclo onde é que você mora?
Eu moro em Aruanda, na raiz do Aruá
Onde tem cobra coral
E onde canta o sabiá."


Todos moram em Aruanda, terra livre e bela, capital dos sonhos, ambições e desejos (...)".


Eneida de Moraes. Aruanda (Cejup, 1997, p.23-24).

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