Os Pareci cansaram de esperar. Desde a década de 30 aguardam a demarcação de uma área de 3.600 hectares no Mato Grosso (MT), promessa feita ainda pelo marechal Cândido Rondon. Nesses mais de 70 anos os indígenas assistiram suas terras sendo cercadas primeiro pelas grandes fazendas e, hoje, pelas modernas empresas do agronegócio. Vivem confinados, sob constante ameaça. São prisioneiros na terra de seus ancestrais.
No último sábado, 10, a cacique pareci Valmireide Zoromará, 42, foi assassinada por pistoleiros da fazenda ironicamente denominada de Boa Sorte. Ela e mais um grupo de 11 índios pescavam num lago que está nos limites da fazenda que lutam por incorporar à Terra Indígena, mas cujo processo não consegue avançar. Está preso nos labirintos da burocracia e permanentemente boicotado pelas forças políticas dominantes no Estado do Mato Grosso.
O caso de Valmireide não é isolado. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) acaba de divulgar um relatório parcial sobre as mortes de indigenas em 2008. Foram pelo menos 53 casos de assassinatos em nove Estados. Esse número tende a aumentar quando forem sistematizadas todas as ocorrências no relatório final a ser publicado até o próximo mês de maio.
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