"1959, Havana
Cuba amanhece sem Batista
no primeiro dia do ano. Enquanto o ditador aterrissa em São Domingos e pede refúgio a seu colega Trujillo, em Havana os verdugos fogem, salve-se quem puder, em disparada.
Earl Smith, embaixador norte-americano, comprova, horrorizado, que as ruas foram invadidas pela ralé e por alguns guerrilheiros sujos, cabeludos, descalços, iguaizinhos à quadrilha de Dillinger, que dançam guaguancó marcando a tiros o ritmo".
"Só ganhamos o direito de começar"
diz Fidel, que chega no alto de um tanque, vindo da serra Maestra. Frente à multidão que fervilha, explica que é apenas o princípio de tudo isso que parece o final. Enquanto fala, as pombas descansam em seus ombros (...)".
Eduardo Galeano. Memórias do fogo: o século do vento (p.199 e 201).
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