Irgun. Haganá. Stern. Quem ainda se lembra?
Deir Yassin. Askalaan. Kibya. Alguém recorda?
São palavras estranhas, geradas por idiomas milenares, mas todas tem em comum a marca do terror.
Irgun, Haganá e Stern eram grupos armados constituídos pelos judeus durante o mandato britânico na Palestina, nas primeiras décadas do século XX. Organizações paramilitares, clandestinas durante a maior parte de sua existência, elas operavam espalhando o terror entre a população civil palestina. Explodiam bombas, realizam atentados contra alvos civis e também contra as autoridades britânicas, arrasavam aldeias inteiras e expulsavam centenas de milhares de palestinos. E quem eram seus líderes? Ben Gurion, Isaac Shamir, Menahen Bengin e outros tantos que são até hoje considerados - pelos israelenses - como herois nacionais, os pais do Estado de Israel.
Para os árabes, entretanto, são terroristas, criminosos de guerra.
Deir Yassim não sobreviveu ao 9 de abril de 1948. Seus habitantes foram massacrados pelo Irgun (Menahen Begin) em conjunto com 40 homens do Stern (Isaac Shamir). Ao término do ataque, 300 civis, entre mulheres, crianças e idosos - jaziam mortos. A aldeia foi queimada e o horror decorrente do massacre serviu para "convencer" vastas populações palestinas a fugir, "abandonando" o território que a Resolução da Partilha (25 de novembro de 1947) havia estabelecido para compor o Estado Palestino. Foi a primeira grande onda da diáspora. Com o passar dos anos (e das guerras), muitas outras levas de refugiados foram sendo alimentadas com carne e sangue de um povo empurrado à destruição física e espiritual.
Em 1953, a Unidade 101 do exército de Irael, esquadrão de elite liderado por Ariel Sharon, ele próprio um remanescente do Haganá, ocupou a aldeia palestina de Kibya. A operação tinha o sabor da vingança e da punição coletiva, ingrediente que parece indissociável da política do Estado de Israel frente à resistência palestina. A missão da tropa era vingar o assassinato, por grupos palestinos, de uma mulher israelense e de suas duas filhas. Resultado: 45 casas foram explodidas, 69 civis mortos, dentre eles 45 crianças.
Askelon, hoje cidade israelense às próximidades de Gaza, e por isso mesmo alvo constante dos foguetes caseiros do Hamas, já foi, há apenas quatro décadas, a aldeia palestina de Askalaan, demolida para dar lugar ao assentamento judaico.
Por isso tudo, não chega a ser extraordinário os métodos utilizados por Israel em Gaza, nessa última e sangrenta operação militar. Matar, em 22 dias, mais de 1200 civis, um terço dos quais crianças, e ferir outros 5 mil, infelizmente, é apenas a reiteração de um método que vem sendo utilizado há tantas décadas, sob o silêncio cúmplice da comunidade internacional.
O jornal britânico The Independent, um dos poucos veículos ocidentais que realiza uma cobertura profunda e imparcial da tragédia humanitária em Gaza, traz a denúncia, atribuída a fonte médidas palestinas, de que Israel utilizou armamentos ilegais contra a população civil. É o caso das bombas de tungstênio - Dime (dense inert metal explosive), em inglês -que produzem enormes danos às vítimas. "Estou na zona de guerra há 30 anos e nunca vi ferimentos como esses", afirmou o médico norueguês Erik Fosse, que trabalha em hospitais de Gaza nestes dias cinzentos da invasão israelense.
Que falta faz um novo tribunal de Nuremberg para que esses e outros tantos crimes de guerra possam ser julgados e seus autores exemplarmente punidos?
Um comentário:
As armas que o hamas usa contra os judeus são todas benéficas, boazinhas, não letais. ora me poupa blogueiro, sejam menos parcial. Isso é uma guerra. os dois lados são podres. Palestinos e israelenses há muito tempo perderam qualquer jusitificativa plausível para essa matança.
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