sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Cadeira vazia

Carregado de importante simbolismo foi a ausência de convite a Lula para o encontro de presidentes sul-americanos com os militantes da Via Campesina e de outros setores de esquerda durante o Fórum Social Mundial ontem à tarde, em Belém. O ato, realizado no ginásio da Universidade Estadual, reuniu milhares de ativistas e celebrou a unidade de setores sociais que buscam um caminho alternativo para o enfrentamento da crise. Em comum, estes segmentos não estão dispostos a dançar o minueto inspirado pelos estrategistas do Planalto, que recorrem ao discurso ricos versus pobres apenas quando isso lhes é conveniente.
Enquanto as atenções estavam voltadas para o palanque de Chávez, Morales, Correa e Lugo, e a platéia fervia em meio a discursos que colocavam na mesma trincheira militantes do MST e do PSOL, Lula estava recolhido - solitário - a despachos administrativos, gastando as horas para que o seu ato com esses mesmos presidentes fosse iniciado no luxuoso Hangar Centro de Convenções, cercado de todos os cuidados para que somente lá estivessem aqueles que rezam por sua cartilha.
Um sinal de que a era hegemônica do lulismo nos movimentos sociais está chegando ao fim? Talvez, mas existe um largo, acidentado e complexo caminho a percorrer.
O FSM, esse caldeirão efervescente de simbolismos, mostrou mais uma vez que pode despertar energias novas. Novas e grávidas de rebeldias que não podem ser domesticadas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Lula pelo protocolo é obrigado a receber chefes de Estados em condições da dignidade do cargo. Se recebe no angar critica, se recebesse na escadinha do Ver-o-Peso criticava também... Aí não dá, perde a seriedade.
Quanto ao fim do Lulismo nos movimentos sociais esse ainda é um sonho distante, caro psolista. Malhe bastante, coma bastante açaí com granola porque ainda há muito chão pela frente para vencer o isolamento político.
Um mundo (novo) politicamente é possível, mas o problema é que não dá para construí-lo sem Lula nesse momento. Daí esses conflitozinhos de baixo impacto entre esquerda e governo Lula.
Quanto ao primeiro parágrafo você está certo. Não tinha mesmo porque Lula comparecer a esse encontro.
A propósito qual dos insignes presentes no convescote da Via Campesina já fez reforma agrária? Reforma Agrária - com iniciais maiúsculas como pede a seriedade do tema!
Para você não corar, segue a resposta: nenhum deles, afora um ou outro efeito especial para não perder o sotaque de esquerda que, afinal, para as massas é importante. Então nesse quesito estão iguais a Lula.
Logo aliança entre as esquerdas é isto. Paciência é o que se pede no trato com as crianças e por tabela com o esquerdismo.

Anônimo disse...

Não há dúvida de que as forças políticas de oposição de esquerda ao lulismo ainda precisam malhar bastante. Mas aos poucos elas vão crescendo e ocupando espaços importantes, até bem pouco, dominados pelos petistas. Inevitável, essas alternativas ainda vão sofrer muito preconceito. Esquerdistas? radicais? Bagunceiros? Este filme foi visto por ocasião do surgimento do PT. As forças dominantes de então repetiam exaustivamente que o NOVO seria um sonho impossível. Hoje, infelizmente, os adjetivos são outros. Este governo dialoga muito pouco, inviabiliza a criação de canais mais efetivos de participação popular. Aliás, nesses últimos seis anos, quantas vezes Lula sentou à mesa para buscar soluções compartilhada com os de baixo? Então, achar que não dá para construir outra alternativa sem Lula nesse momento, cheira mais a uma recordação saudosista.
Daqui a dois anos, os lulista, sem lula no governo, jogarão outras conversas fora. Escrevam aí.

Anônimo disse...

O anônimo é tão colonizado que come açaí com granola! Aqui é diferente, cara-pálida lulista roxo. Por falar nisso: onde Lula fez reforma agrária? Na Granja do Torto? E não se pode construir um novo mundo sem Lula? O cara-pálida criou nova religião e com certeza deseja ser um de seus bispos?

Anônimo disse...

O resumo dessa prosa é um só: camarada CHAVE$$$$$$$. O resto é... açaí com granola!
Ou seja, não tem nada a ver.