Tem gente que acha pouco. Geralmente são os mesmos que acham natural que o Brasil seja um dos campeões mundiais da desigualdade. Mas, é fato incontestável, que os 50 anos da Revolução Cubana trouxeram ao povo da ilha conquistas sociais extraordinárias, jamais sonhadas se o país houvesse permanecido como bordel dos estadunidenses.
Veja-se o exemplo da taxa de mortalidade infantil. Os últimos dados disponíveis revelam que Cuba alcançou, mesmo sob o imoral bloqueio econômico que já se prolonga por mais de 40 anos, a menor taxa de toda a sua história: 4,7 por cada mil nascidos vivos. Antes da Revolução, eram 60 por cada mil.
Os indicadores cubanos nesta área, baseados no acesso pleno e universal aos serviços de atenção à saúde, são inclusive melhores que os vigentes em seu grande e arrogante vizinho. Nos Estados Unidos, morrem em média seis para cada mil crianças nascidas vivas.
4 comentários:
Conquistas sociais ao preço da liberdade.
Não é muito caro não?
Anônimo das 11:51,
Opor liberdade à igualdade não se aplica à realidade cubana. Em Cuba vigora, há 50 anos, um sistema político que possibilitou, como nunca, a ampla participação do povo. É evidente que não se trata de um regime perfeito. Em grande medida o clima de guerra permanente e de bloqueio inclemente tem contribuído para que mais avanços nas áreas das liberdades políticas não possam ser alcançados.
A guerra fria, a influência da ex-União Soviética e muitos outros datores também devem ser trazidos à mesa se o objetivo é lançar luz, sem preconceito, sobre os limites e as amplas possibilidades abertas pela experiência cubana.
Lancemos um desafio: que os Estados Unidos levantem o bloqueio e que os cubanos, só eles, possam debater sobre quais medidas "liberalizantes" possam ser efetivamente implantadas em seu país.
Aldenor,
Conquistas sociais modus in rebus. A ilha é linda, o povo é maravilhoso, a música é esplendorosa, os charutos e o rum são dos deuses; em suma, as belezas naturais e culturais de Cuba são espetaculares. Mas... os indicadores de saúde, educação, saneamento básico não me parece que sejam mais tão bons assim; a satisfação dos cubanos com o regime não é assim "uma brastemp"; e, principalmente, como lembrou o anônimo das 11:51, o regime castrista continua mantendo rédea curta e violenta na liberdade de pensamento e no direito universal de ir e vir dos habitantes da ilha. Apesar do embargo americano cretino e sem-vergonha, não se pode imputar todas as mazelas do país aos Estados Unidos. Afinal, muitas das riquezas cubanas têm mercado tranquilamente em outras partes do mundo. Cuba detém a maior reserva de níquel do mundo, muitos euros (na forma de CUCs) entram pelo turismo e pelos produtos de exportação, como os charutos e o rum, mas disto tudo menos do que deveria parece reverter para o bem-estar da população. Já não seria a hora de abrir um pouco mais o regime? Prover eleições democráticas, com participação popular efetiva e real (e não o simulacro de eleição presidencial que quase perpetuou Fidel à frente do governo)?
Uma última observação: qual a fonte dos indicadores apontados no post?
Parabéns pelo blog. Abraço cordial.
Caro Francisco,
Obrigado pela visita. Minha resposta está resumida na moderação do comentário do anônimo das 11:51.
Não concordo que o sistema cubano seja um "simulacro" de participação popular, muito embora não tenha concordância doutrinária com a visão de partido único que lá tem vigorado ao longo dessas cinco décadas.
Outra coisa: os avanços sociais são extraordinários. Não dá para minimizá-los. Ou, por outro lado, por que outros países latino-americanos, que optaram pelo modelo ocidental de democracia, isto é, pela democracia do capital, não conseguem chegar nem perto dessas conquistas?
A economia cubana sofre muitíssimo com o bloqueio. Isto é um fato, facilmente comprovado.
Sobre os dados citados na postagem, a fonte é oficial e pode ser encontrada no Prensa Latina (http://www.prensalatina.com.br.
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