segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O direito de nascer

Tem gente que acha pouco. Geralmente são os mesmos que acham natural que o Brasil seja um dos campeões mundiais da desigualdade. Mas, é fato incontestável, que os 50 anos da Revolução Cubana trouxeram ao povo da ilha conquistas sociais extraordinárias, jamais sonhadas se o país houvesse permanecido como bordel dos estadunidenses.
Veja-se o exemplo da taxa de mortalidade infantil. Os últimos dados disponíveis revelam que Cuba alcançou, mesmo sob o imoral bloqueio econômico que já se prolonga por mais de 40 anos, a menor taxa de toda a sua história: 4,7 por cada mil nascidos vivos. Antes da Revolução, eram 60 por cada mil.
Os indicadores cubanos nesta área, baseados no acesso pleno e universal aos serviços de atenção à saúde, são inclusive melhores que os vigentes em seu grande e arrogante vizinho. Nos Estados Unidos, morrem em média seis para cada mil crianças nascidas vivas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Conquistas sociais ao preço da liberdade.
Não é muito caro não?

Aldenor Jr disse...

Anônimo das 11:51,

Opor liberdade à igualdade não se aplica à realidade cubana. Em Cuba vigora, há 50 anos, um sistema político que possibilitou, como nunca, a ampla participação do povo. É evidente que não se trata de um regime perfeito. Em grande medida o clima de guerra permanente e de bloqueio inclemente tem contribuído para que mais avanços nas áreas das liberdades políticas não possam ser alcançados.
A guerra fria, a influência da ex-União Soviética e muitos outros datores também devem ser trazidos à mesa se o objetivo é lançar luz, sem preconceito, sobre os limites e as amplas possibilidades abertas pela experiência cubana.
Lancemos um desafio: que os Estados Unidos levantem o bloqueio e que os cubanos, só eles, possam debater sobre quais medidas "liberalizantes" possam ser efetivamente implantadas em seu país.

Francisco Rocha Junior disse...

Aldenor,
Conquistas sociais modus in rebus. A ilha é linda, o povo é maravilhoso, a música é esplendorosa, os charutos e o rum são dos deuses; em suma, as belezas naturais e culturais de Cuba são espetaculares. Mas... os indicadores de saúde, educação, saneamento básico não me parece que sejam mais tão bons assim; a satisfação dos cubanos com o regime não é assim "uma brastemp"; e, principalmente, como lembrou o anônimo das 11:51, o regime castrista continua mantendo rédea curta e violenta na liberdade de pensamento e no direito universal de ir e vir dos habitantes da ilha. Apesar do embargo americano cretino e sem-vergonha, não se pode imputar todas as mazelas do país aos Estados Unidos. Afinal, muitas das riquezas cubanas têm mercado tranquilamente em outras partes do mundo. Cuba detém a maior reserva de níquel do mundo, muitos euros (na forma de CUCs) entram pelo turismo e pelos produtos de exportação, como os charutos e o rum, mas disto tudo menos do que deveria parece reverter para o bem-estar da população. Já não seria a hora de abrir um pouco mais o regime? Prover eleições democráticas, com participação popular efetiva e real (e não o simulacro de eleição presidencial que quase perpetuou Fidel à frente do governo)?
Uma última observação: qual a fonte dos indicadores apontados no post?
Parabéns pelo blog. Abraço cordial.

Aldenor Jr disse...

Caro Francisco,
Obrigado pela visita. Minha resposta está resumida na moderação do comentário do anônimo das 11:51.
Não concordo que o sistema cubano seja um "simulacro" de participação popular, muito embora não tenha concordância doutrinária com a visão de partido único que lá tem vigorado ao longo dessas cinco décadas.
Outra coisa: os avanços sociais são extraordinários. Não dá para minimizá-los. Ou, por outro lado, por que outros países latino-americanos, que optaram pelo modelo ocidental de democracia, isto é, pela democracia do capital, não conseguem chegar nem perto dessas conquistas?
A economia cubana sofre muitíssimo com o bloqueio. Isto é um fato, facilmente comprovado.
Sobre os dados citados na postagem, a fonte é oficial e pode ser encontrada no Prensa Latina (http://www.prensalatina.com.br.