O longo périplo turístico de 15 dias - bancado pelos cofres públicos - que prefeito Duciomar está fazendo pela Europa e Estados Unidos já seria um escárnio frente ao caos no qual a capital está mergulhada, se não houvesse um detalhe intrigante na justificativa utilizada pela Câmara Municipal ao aprovar a regalia. Sem ter mais o que argumentar, os vereadores governistas alegaram que a extensão do passeio até Washington se justificava pela necessidade do prefeito abrir uma conta bancária para receber, em solo estadunidense, os repasses do empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), promessa que vem sendo ressuscitada há anos a fio, sem qualquer resultado prático até agora.
Ora, nunca na história deste país chegado a absurdos se ouviu falar numa bobagem desse quilate. O fato da existência da operação de crédito com o BID - premissa verdadeira - não obriga o mandatário municipal gastar uma pequena fortuna apenas para assinar um suposto cartão de autógrafo em território estrangeiro - conclusão despropositada.
Mais ainda: é uma agressão à lógica e uma cusparada sobre a face de uma cidadania reduzida à condição de indigência político-eleitoral.
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